Se a averiguação preliminar que a Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção e Contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor) faz com relação a denúncias anônimas formuladas contra o prefeito de Xapuri, Ubiracy Vasconcelos (PT), não trouxer à tona alguma evidência mais consistente do que as que têm sido repercutidas na internet nas últimas semanas, se tornará comprovado aquilo o que é quase certo.
O enredo contra Bira, que é candidato à reeleição, se
baseia em boatos de que ele manteria duas amantes como “funcionárias fantasmas”,
ou seja, essas mulheres estariam nomeadas em cargos comissionados da prefeitura
sem que lá jamais houvessem comparecido para trabalhar. Já está claro que
existe calúnia e difamação contra as moças, pois ambas exercem, de fato, as funções para
as quais foram contratadas.
Ainda com relação às duas servidoras, envolvê-las em insinuações
de manter casos amorosos com quem quer seja, mesmo no caso de uma pessoa
pública como o prefeito, não passa de promoção de fofoca barata, de maledicência e de uma
condenação prévia e criminosa de pessoas que têm por trás de si filhos, pais, mães e
irmãos. Uma covardia sem tamanho que parte de gente que não possui o menor
escrúpulo quando o assunto diz respeito a poder político e dinheiro.
Numa segunda acusação sem qualquer fundamento, um motorista
da Secretaria Municipal de Agricultura é acusado de estudar medicina na Bolívia
enquanto recebe salário da prefeitura sem exercer a função. A própria vítima da
armação foi a público, para dizer que não se trata dele a pessoa mostrada em uma
foto com colegas no país boliviano. E mesmo o estudante que aparece na imagem
não possui qualquer vínculo com a prefeitura.
Na última quinta-feira, 29, o delegado que cuida do caso,
Pedro Resende, ouviu os secretários das pastas onde os servidores acusados de
serem “fantasmas” estão lotados e colheu documentos relativos à frequência destes,
como folhas de ponto e escalas de plantões estabelecidas em razão da pandemia. Nos
próximos dias, deve sair posicionamento oficial da Decor sobre o caso.
Chama a atenção que em uma matéria divulgada pelo site acjornal
e compartilhada efusivamente pela internet por correligionários das candidaturas
de oposição aparece um "print" com fotografias que mostram a falsa presença do
motorista da prefeitura em uma reunião de estudantes na Bolívia. Neste print, a
redação do jornal esqueceu de cortar o nome de quem enviou um conjunto de 11 imagens
ao site: Diego Xapuri.
Como Diego não é um nome muito incomum e existem muitas
pessoas na cidade com essa denominação, talvez não se possa afirmar com
precisão quem é o responsável pela onda de denúncias infundadas contra o
prefeito e por ordem e pagamento de quem elas estão sendo disseminadas, mas
fica claro que parte de algum lugar de Xapuri e não de investigação própria do
jornal a divulgação das supostas irregularidades.
Quanto aos supostos casos amorosos, tanto o prefeito quanto as mulheres vítimas da difamação negam veementemente as acusações. Evidente que essa parte não diz respeito à polícia, pois se refere a pessoas adultas e donas de suas vidas. Óbvio também que não seria ético da parte de um gestor público esse tipo de coisa, mas ninguém pode ser acusado de tal ato meramente com base em boatos e fofocas de fim puramente eleitoreiro.
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