A imagem abaixo não é de um pedaço de rapadura
Severino Motta, do iG Brasília
Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Criminalista (INC) da Polícia Federal revelou que o oxi não é uma droga “nova”, sendo diferente de outras conhecidas, como o crack, devido à adição de cal e querosene em seu processo de fabricação. Analisando amostras apreendidas no Acre, onde teria surgido a nova substância, peritos descobriram que formas clássicas da cocaína fumável estão sendo tratadas como oxi durante as apreensões.
De acordo com o perito do INC, Adriano Maldaner, o termo “oxi” está sendo usado de forma indiscriminada, pois até mesmo a cocaína em sua versão tradicional, em pó, o chamado sal, foi apreendido pela Polícia Civil do Acre e taxado como oxi.
“Nós comparamos amostras apreendidas nas ruas do Acre com as apreensões de grandes quantidades feitas pela Polícia Federal. O que estão chamando de oxi na verdade são versões fumáveis da cocaína, já bastante conhecidas, como o crack, a pasta base e a cocaína base”, disse.
Segundo ele, a presença de solventes, como querosene e gasolina - produtos tradicionalmente usados no refino da cocaína - não chegam a 1% nas supostas amostras de oxi. O percentual é mesmo presente na cocaína tradicional ou em suas versões fumáveis.
“Não encontramos cal e nem querosene ou qualquer solvente para justificar uma diferença nas substâncias. Até agora, não há nada de novo. Se um dia chegar às nossas mãos uma droga realmente diferente, seremos os primeiros a falar. Mas nesse momento não há uma nova droga”, explicou.
Potência
A droga apreendida nas ruas do Acre apresenta um teor elevado de pureza – cerca de 65%. O mesmo é encontrado nos carregamentos do chamado “grande tráfico” quando há apreensão da Polícia Federal.
“O que percebemos na droga de rua do Acre é que ela é mais pura. O normal é ter 10 a 20% de pureza, de cocaína, do princípio ativo. Essas amostras que foram apreendidas como Oxi são semelhantes às que são transportadas em grandes tijolos. Com maior pureza, os efeitos psíquicos são maiores, bem como as reações adversas, como a paranoia, overdose e danos à saúde”, disse Maldaner.
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