Essa pequena capela, com uma cruz de ferro à frente, na colocação Guarani, no seringal Boa Vista, é meu destino nesta quinta-feira, 24 de junho, dia em que o lugar se transforma em palco de manifestações de fé e devoção só vistas em Xapuri na maior festa religiosa do município, a festa de São Sebastião, padroeiro da cidade, no dia 20 de janeiro.
O culto a São João do Guarani, o “Santo da Floresta” tem mais de 100 anos de existência. Teria começado por volta do ano de 1906, depois que moradores começaram a atribuir a um seringueiro morto possivelmente de malária, sozinho no meio da floresta, o status de “alma milagrosa”, uma das mais conhecidas do Acre. Pelo fato de o seringueiro ter se chamado João, o dia de São João foi adotado como o dia da manifestação religiosa no seringal.
A festa atrai para Xapuri pessoas de outros municípios acreanos e até mesmo de outros estados da federação. Com 42 quilômetros, o percurso até a colocação Guarani era tradicionalmente feito a pé ou a cavalo e durava cerca de 12 horas para ser concluído. A dificuldade da caminhada era um dos componentes do pagamento feito pelas graças alcançadas.
Os romeiros que se dirigem todos os anos para o São João do Guarani são pessoas que dizem ter alcançado milagres materializados em forma de cura das doenças mais variadas, solução para dificuldades financeiras e de problemas amorosos. Retornam sempre para pagar as promessas feitas e agradecer pelas graças alcançadas. Apesar da informalidade da manifestação religiosa, a paróquia de São Sebastião adotou o evento e realiza ali celebrações todos os anos.
Posto as informações da festa deste ano assim que retornar da viagem que farei de moto junto com o diretor de Divulgação Social da prefeitura de Xapuri, Haroldo Sarkis. Será a terceira vez que me dirijo ao lugar. Torcendo, é claro, para que São Pedro não interfira, como fez no ano passado, mandando muita chuva e tornando bem mais dificultosa a romaria anual a São João do Guarani.
Um comentário:
"São João do Guarani".Toda vez q faço uma promessa à "ele"(Guarani),ele me dá a graça alcaçada,nunca falhou em minhas horas + difíceis.Desde os meus 15 anos vou no Guarani,me lembro muito bem a gente saía a 1/2noite pra num pegar sol quente na estrada,depois entrava na mata ,cortava as fazendas e aí sim chegava no guarani, todos arrebentados + de promessa comprida.Esse ano tenho q ir lá de novo. Agora é só mordomia vai de carro até a porta!
Patrícia Arruda
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