Casos escabrosos de violência sexual contra a mulher estão vindo à tona em Xapuri nos últimos dias. De pedofilia a estupro propriamente dito, as denúncias investigadas pela polícia estão se avolumando assustadoramente. Nota-se um esforço fora do comum da atual representação do Ministério Público no município com relação a crimes dessa natureza, apesar de os olhos da Justiça ainda estarem longe de enxergar alguma coisa.
A maioria dos números de abusos começam a ser verificados no seio da família, na pequena parcela de casos que chegam ao conhecimento das autoridades. Se buscasse enxergar um pouco mais adiante, a despeito da venda que usa nos olhos, a mulher da balança, com seu braço armado, poderia identificar facilmente as pessoas e os locais onde a juventude feminina de Xapuri é presa fácil de caçada voraz. A escola nossa de cada dia é um desses lugares.
O que falta é a coragem para a denúncia formal. Repito: os casos não são poucos, mas as vítimas e suas respectivas famílias se calam diante do que ocorre dentro das nossas escolas e outros lugares: omissão e a complacência com a voracidade contra incautos estudantes, especialmente os do sexo feminino. Essa “cultura” é bastante conhecida por essas cercanias.
Tenho acompanhado, à distância, o trabalho da promotora Diana Soraia Tabalipa Pimentel em Xapuri, e tenho notado uma dedicação fora do comum à defesa e preservação da juventude em todos os sentidos que a causa abrange. Mas é notório que uma cultura arraigada na nossa sociedade, baseada no medo e no silêncio, quando não na pura ignorância das leis, cumplicia com uma prática que tem sido tão comum quanto impune na realidade nossa de cada dia.
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