Salomão Matos - da redação ac24horas
Muito embora os números apresentem uma redução de 29,5% dos casos de leishmaniose em relação ao mesmo período do ano passado, a doença no Acre ainda preocupa as autoridades em saúde.
Segundo a Gerente de Vigilância Estadual de Endemias, Izanelda Magalhães, dos 956 casos registrados até setembro desse ano, 26% concentra-se na capital Rio Branco e 11% na cidade de Xapuri.
A doença, conta ela, pode atingir qualquer família ou classe social, mas o problema maior encontram-se em famílias que vivem em extrema pobreza e nos lugares mais distantes do estado.
"Para se ter uma idéia, para as atenções em saúde chegar até essas comunidades, principalmente no período da estiagem quando os rios secam, demora-se em média até quatro dias de barco", relata.
Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose. No caso da tegumentar, surge uma pequena elevação avermelhada na pele que vai aumentando até se tornar uma ferida que pode estar recoberta por crosta ou secreção purulenta. Há também a possibilidade de sua manifestação se dar através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca. Na visceral, ocorre febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço.
A gerente de Endemias, diz ainda que o estado fornece gratuitamente aos municípios mediante solicitação, a medicação Glucantime no combate a doença quando nos casos confirmados. Izanelda afirma, que a melhor forma de evitar a doença é se prevenir, usando repelentes, mosquiteiros de tecido fino e evitar que animais domésticos convivam com a família próximos de casa.
"Nós encontramos situações em que o galinheiro ou mesmo o chiqueiro dos porcos, ficavam debaixo da residência de uma família infectada. Em outras, as galinhas dormiam no mesmo ambiente dessas pessoas", comenta.
Segundo ela, diz que quando um animal doméstico apresentar qualquer sintoma da doença, ou seja, feridas principalmente no nariz ou pele, esse deve ser sacrificado imediatamente.
Nota do blog: A foto que ilustra o post mostra agentes de endemias instalando armadilhas para a captura do mosquito transmissor da leishmaniose. Com a lanterna na mão, o técnico de entomologia da Funasa, Joaquim Vidal. Segundo ele, a moléstia tem um dado alarmante em Xapuri: quase 50% dos casos registrados atingem crianças e adolescentes. Em 2008, por exemplo, foram registrados no município 138 casos de leishmaniose. As ocorrências em crianças de 0 a 5 anos corresponderam a 34% do total; de 6 a 10 anos, 16%, de 11 a 15 anos, 8%, e 16 anos acima, 32% do total de casos.
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