Apesar do período de proibição da pesca em rios acreanos ainda não ter começado, é um absurdo que as autoridades ambientais do Estado e do município fechem os olhos para a verdadeira agressão ao meio ambiente que está acontecendo nos rios de Xapuri. Pescadores surgidos sabe-se-lá de onde, com farto equipamento, estão promovendo verdadeiros arrastões nos rios Acre e Xapuri, pescando centenas de quilos peixes de variados tamanhos, descartando nos barrancos aqueles que não serão aproveitados.
Tem sido comum carros deixarem a cidade com dezenas de caixas térmicas abarrotadas de pescado sem serem incomodados por ninguém. Numa exceção, na semana passada, pescadores foram abordados pela Polícia Militar e funcionários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente na saída de Xapuri com cerca de duas toneladas de peixes. Apesar de estarem com a documentação do carro irregular e de não portarem a Guia de Transporte Animal, foram liberados sem maiores problemas, segundo o funcionário da secretaria, por possuírem a carteira de pescador.
O principal alvo dos pescadores é o piranambu (Pinirampus pirinampu), que é retirado em larga escala das águas do município. A pesca tem fins comerciais e o destino do produto deve ser países como o Peru, onde o peixe é apreciado pela população. No Brasil, a fama de se alimentar de carne humana de vítimas de afogamento, o que lhe rendeu o apelido de "urubu d'água", faz dele uma das espécies menos procuradas e consumidas, apesar de muita gente não dar atenção para este detalhe.
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