Em uma cidade pequena como Xapuri é comum que as pessoas que trabalham com a informação sejam mal entendidas e muitas vezes demonizadas por tornar públicos fatos desagradáveis que muitos prefeririam que permanecessem ocultos. Isso está mais uma vez ocorrendo em razão das denúncias que envolvem o Instituto Chico Mendes, alvo de ação do Ministério Público Estadual.
Como adiantei no post anterior, sou alvo de queixa-crime na delegacia de polícia de Xapuri por dar publicidade a declarações de Deusamar Mendes - tia de Elenira e funcionária da Fundação Chico Mendes por 11 anos, além de esposa de Zuza, irmão de Chico - onde afirmou que Jonas Augusto, vice-presidente do ICM, e Clênio Jorge Monteiro, funcionário da mesma instituição, eram conhecedores de irregularidades ali cometidas.
Antes de publicar o texto, telefonei para ambos, mas, acredito eu, que já aborrecidos por este blog ter dado publicidade em primeira mão às denúncias que ganharam repercussão nacional pelas mãos do jornalista Altino Machado, não me atenderam nem retornaram as ligações que fiz. Como se tratava de declaração de Deusamar Mendes e não de pessoa qualquer, resolvi postar, colocando o blog à disposição dos envolvidos.
Na manhã seguinte, acredito que cometi o único erro em toda essa história, que não me pertence. Recebo em minha casa Deusamar que pede que eu suprima o nome dos dois funcionários, argumentando que, apesar de serem verídicas as afirmações, ela não teria como prová-las. A contragosto, atendi ao pedido e retirei os nomes de ambos, mantendo a informação de que alguns funcionários do Instituto eram, segundo ela, conhecedores dos fatos.
Surpreendo-me com uma intimação da polícia. Questiono Clênio sobre as razões. "Por dar publicidade a coisas que estão longe de ser verdade", responde. Argumento que as declarações não são minhas, que apenas fiz meu trabalho, que não consegui manter contato antes de postar. "Blog é uma ferramenta pessoal. Você não poderia publicar isso sem antes falar comigo", retruca, como se eu precisasse do seu assentimento para publicar o texto.
A mim não interessa se um ou outro sabia ou não dos fatos. Isso é irrelevante, uma vez que o Ministério Público não os acusou da nada, mas deixando que o leitor tire as suas próprias conclusões, quando Elenira Mendes assumiu a Secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de Xapuri, em março deste ano, o vice-presidente Jonas Augusto foi quem assumiu o comando da instituição, como o leitor pode conferir aqui.
Para mim, confesso que é difícil acreditar que um presidente de uma Ong que não reúne mais que meia dúzia de funcionários desconheça a presença de servidores fantasmas nas planilhas de pagamento, bem como os recibos que eram assinados em nome dessas almas para serem apresentados na prestação de contas. Mas, enfim, se a Xuxa já viu duendes, do que mais podemos duvidar?
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