Pegou mal

Li no blog do Joscires, dias atrás, que a diretora geral do Detran, Sawana Leite de Sá Paulo Carvalho, havia publicado no Diário oficial do Estado do Acre (clique na imagem para ampliar) portaria elogiando os servidores do órgão que desempenharam atividades de “educação e fiscalização de trânsito” em Xapuri durante as festividades do novenário de São Sebastião, padroeiro da cidade.

Dei uma clicada lá para conferir a “menção de elogio” concedida aos agentes do trânsito que, caso tenham sido realmente “zelosos, brilhantes, dedicados, eficientes e competentes”, como afirma a diretora na peça de pura rasgação de seda, não estariam fazendo nada mais que cumprir com suas meras obrigações funcionais.

Ocorre, como já expliquei aqui no blog, que antes de dar início ao desastroso trabalho que foi feito em Xapuri, o coordenador de educaçao em trânsito João Féliz de Lima e Souza Bisneto se dirigiu à emissora de rádio da cidade e afirmou que a atuação dos seus comandados teria caráter “educativo e de conscientização”. Afirmou também o coordenador que motoristas somente seriam autuados em casos de flagrante desrespeito à legislação de trânsito.

Pura balela. Na prática, o que aconteceu foi uma ação puramente repressiva e fora dos padrões praticados no cotidiano do trabalho da polícia em Xapuri. As blitzes realizadas paravam todo e qualquer vivente que dirigisse um carro e pilotasse uma moto. Dezenas de motociclistas fizeram fila em frente ao cemitério da cidade para serem multados por estarem com as viseiras dos capacetes levantadas.

Repito que não se trata de questionar a aplicação da lei, mas insisto em apelar para o bom senso. No dia a dia da cidade, o policiamento de trânsito não cobra dos condutores de motocicletas o uso de viseiras abaixadas dentro do perímetro urbano nem tampouco os próprios policiais assim as usam. Por que, então, a sanha violenta de tirar do bolso do cidadão o mirrado e suado dinheirinho?

Quanto à portaria da diretora do Detran, além de cafona e desnecessária, caiu como resposta deselegante ao coro de reclamações de pessoas que vieram a Xapuri prestigiar a maior festa da cidade e foram destratadas por pessoas que, de uma maneira ou de outra, representavam os anfitriões. Pegou muito mal.