Meu colega de estudos, dos bons tempos da escola Divina Providência, Milton Menezes Júnior, criou um site sobre a família Menezes, uma das mais tradicionais de Xapuri. A página está repleta de informações e fotografias sobre a origem e a história da família, que começou em Baturité, no estado do Ceará, de onde seu Menezes, o patriarca, saiu para se tornar parte da construção da terra que adotou com sua.
Francisco Augusto Menezes, o seu Menezes, era um dos 11 filhos do casal Marcelina Trindade Menezes e José Augusto Menezes. Ainda na adolescência se apaixonou por uma menina chamada Raquel, mas aos dezessete anos de idade ouviu falar que o Acre seria um lugar bom de viver e ganhar uns bons contos de réis. Alimentado por esta ilusão veio para cá e deixou Raquel no Ceará com a promessa de voltar para buscá-la.
Dois anos depois, para alívio de sua amada, ele voltou ao Ceará, casou com Raquel, e em seguida a trouxe para o Acre, onde tiveram um filho, que foi batizado de Clóves Menezes. Porém, o destino guardava algumas decepções para o seu Menezes. Após um ano e cinco meses morando no Acre, Raquel foi acometida de uma doença misteriosa, que a levou à morte.
Seu Menezes Passou algum tempo triste e solitário ao lado do menino Clóves, mas logo percebeu que a vida continuava, e após alguns anos casou com dona Raimunda Freitas Menezes e foram morar no seringal Porto Carlos, em Brasiléia. Deste casamento nasceram seis filhos: Milton, Mozart, Mussuline, Mitônio, Melchiades e Marina, dos quais apenas Mitônio é falecido.
Após alguns anos, com o objetivo de oferecer melhores condições de estudo aos filhos, a familia Menezes se mudou para o município de Xapuri, onde seu Menezes conseguiu fazer um acordo com o Instituto Divina Providencia, através do qual ele fornecia lenha para alimentar o fogão da tradicional escola das Servas de Maria Reparadoras em troca do pagamento dos estudos de Mitônio, Marina e Melchiades.
Já Mílton, Mussuline e Mozart sempre estudaram em escola pública, porém todos os filhos homens trabalhavam na agricultura de subsistência e posteriomente se tranfomaram em serradores profissionais, sendo que as serras utilizadas eram rústicas e por isso exigiam muita força física e estratégias de operação com alavancas.
Seu Menezes chegou ao Acre em 1912, e em Xapuri foi um dos pioneiros no transporte de produtos através de tração animal (carro de boi). Assim, ele ajudou na contrução da cidade transportando material de construção para vários pontos históricos de hoje, como, por exemplo, a igreja de São Sebastião. Na cidade, reside até hoje a maioria dos descendentes do desbravador nordestino, que faleceu no dia 30 de agosto de 1998, com 102 anos de idade.
Clóves, o filho primogênito, também não está mais entre os vivos, por ironia do destino ele também foi acometido por uma doença misteriosa, assim como sua mãe, e está sepultado em um cemitério no meio da floresta. Na foto que ilustra o post, escrito com base nas informações constantes no site, estão: seu Menezes com a esposa, dona Dica, rodeados pelos filhos Milton, Mozart, Mussuline, Melchiades, Marina e Mitônio Menezes, que faleceu no dia 13 de janeiro deste ano, na cidade do Rio de Janeiro, conforme nota publicada aqui no blog (veja) pela família.
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