No último final de semana, estive na casa do colono Francisco Vicente da Silva, 69 anos, que desde 1959 divide com dois irmãos, Jorge (58) e João (71), uma área de cerca de 500 hectares no antigo seringal São Miguel do Rocha, margem da BR-317 entre Xapuri e Epitaciolândia, terras pertencentes à União onde vivem da seringa e da agricultura de subsistência.
Os agricultores relatam que a partir do ano passado a fazenda Nova Esperança avança sobre 60 hectares dessa área, alegando que as terras em questão fazem parte da sua reserva legal. Para isso, de acordo com eles, as pedras demarcatórias do Incra foram mudadas de local pelos fazendeiros e colocadas além dos limites corretos criando a partir daí um clima de disputa no local.
Jorge Vicente, o irmão mais novo, conta que a disputa pelo pedaço de terra está prejudicando mais quatro famílias estabelecidas na região. Em razão do problema, as equipes do programa Luz para Todos não estão podendo fazer os serviços de eletrificação rural, que já deveriam ter chegado à localidade. “Estamos ainda na lamparina e não vamos assistir ao Brasil na Copa do Mundo”, diz ele.
Na foto acima, Francisco Vicente mostra as cercas recém-levantadas dentro de suas terras pelos donos da fazenda Nova Esperança mesmo depois de a juíza da Vara Cível da Comarca de Xapuri, Zenair Ferreira Bueno, haver expedido mandado de reintegração de posse em favor dos colonos, há cerca de dois meses, o que indica que a disputa na justiça se estenderá.
Resta saber qual a posição do Incra a respeito do assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário