domingo, 12 de outubro de 2008
Lei da mordaça na Bolívia
O Governo boliviano em um ato de imposição, ‘amordaça’ funcionários da Prefeitura (Governo) e a imprensa da capital de Pando, Cobija. O Ministro da Presidência, Juan Ramon Quintana, passou a ser o principal alvo da imprensa da Bolívia, desde que começou a perseguir os órgãos de comunicação e profissionais.
Nesta semana, o ministro foi ao ar em rede nacional para fazer denúncias contra todos os meios de comunicação e profissionais de Cobija, dizendo que todos haviam sido cooptados pelo governador deposto, Leopoldo Fernandez, inclusive o jornal O ALTO ACRE.
Segundo informações, jornalistas estão escondidos pela cidade após o pronunciamento do Ministro e passaram a ser procurados. Por telefone, um jornalista de Cobija confirmou às ameaças que estão sofrendo.
Após a prisão do ex-governador Leopoldo Fernandez, o contra-almirante Landelino Rafael Bandeira Arze assumiu o Palácio do Governo pandino e rege com mão-de-ferro a atual administração.
Em uma reunião com os funcionários depois de duas semanas no poder, ‘puxou’ a orelha onde disse que, “estava ali para limpar a sujeira”. Desde então, qualquer funcionário ou pessoa que entre no prédio é revistado tanto na entrada quanto na saída.
Todos os documentos do Governo estão sendo revisado folha por folha para que possam encontrar vestígios e de alguma forma possam ser usados contra Leopoldo Fernandez. Os funcionários antigos passaram a ser vigiados e tratados de forma áspera e desconfiança por soldados da Marinha.
Os meios de comunicação: rádio, TVs, Produtoras e jornais impressos, passaram a ser subservientes ao Governo, caso não, poderão ter suas portas lacradas. Muitos radialistas brasileiros que trabalham no lado boliviano estão apreensivos e alguns já pensam em mudar para outros estados no Brasil para poder sobreviver.
Alexandre Lima
O jornalista Alexandre Lima, proprietário do jornal eletrônico OALTOACRE.COM, localizado na cidade de Brasiléia/Acre, fronteira com a Capital de Pando, Cobija, na Bolívia, passou a ser procurado pela polícia militar do Exército do País.
Sabendo da visita do presidente da Bolívia neste sábado, dia 11, ligou para um colega jornalista que o informou para que não fosse para Cobija. Segundo as informações, havia sido emitido um mandado de prisão e que o jornalista, caso preso, seria levado para a cidade de La Paz.
Ao perguntar sobre os motivos, disse que, pelo fato de ter tido um suposto contrato com o ex-governador Leopoldo Fernandez, passou a ser procurado pelas ruas por soldados que tem em mãos foto do brasileiro para ser preso.
Além do brasileiro, outros jornalistas da cidade também estão sendo procurados depois que o Ministro Juan Ramon Quintana mostrou em rede nacional uma lista com todos os meios de comunicação, inclusive o jornal O ALTO ACRE.
Alexandre Lima está sendo considerado “persona non grata” por divulgar os acontecimentos desde que começou os conflitos na cidade de Cobija há cerca de dois anos. Os confrontos entre oposicionistas e pró-Evo já acontece desde 2006 quando Leopoldo foi eleito.
O jornal O ALTO ACRE, divulgou juntamente com a imprensa da Bolívia a matéria-denúncia feita pelo jornalista Carlos Valverde, da Rede PAT, o plano de tomada do ‘Oriente’, fato esse que abalou a credibilidade do Ministro Juan Ramon Quintana.
Após saber do mandato de prisão existente na cidade de Cobija, o jornalista procurou autoridades para fazer a denúncia e também a Federação Nacional dos Jornalistas.
Do jornal O Alto Acre
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