Sim, a Festa de São Sebastião de 2011 foi uma das melhores dos últimos anos. A igreja esteve sempre lotada na realização das Novenas, que começaram no dia 11, e a procissão, apesar da chuva, teve um número de pessoas superior ao do ano passado. Foi elogiável também o trabalho das equipes da paróquia encarregadas das organização geral da festa, desde a arrecadação de prendas para os bingos e leilões à preparação litúrgica das celebrações que reuniram milhares de pessoas desde o início do Novenário.
Foi positiva também a participação da prefeitura na preparação da cidade para a maior festa do município. A mesma organização dos últimos anos naquilo que ficou conhecido como o grande Shoping Popular de Xapuri, que abrigou cerca de 300 comerciantes, além frentes de serviço, com recuperação de ruas, tapa-buracos, recuperação da iluminação pública, coleta de lixo em horários alternativos de lanchonetes e similares, além da montagem do shopping popular com 182 boxes para os tradicionais marreteiros e 20 boxes na praça de alimentação.
Mas vamos agora aos pontos negativos da festa deste ano que não podem ser esquecidos, até para servir de subsídio para o próximo ano, quando a maior celebração religiosa de Xapuri completará 110 anos de existência. Começo pela dificuldade anual que a igreja tem tido com a sonorização da procissão, muito ruim em minha opinião nos últimos anos e péssima em 2011. Apenas dois carros de som, com potência reduzida, deixaram grande parte da procissão sem ouvir ou, no máximo, ouvindo muito mal, a celebração que ocorria durante o cortejo.
Como a contratação de uma estrutura de som que atenda às necessidades da festa custa muito caro para as condições da igreja, sugiro que parcerias sejam buscadas com muita antecedência, seja com o governo ou com a iniciativa privada, para garantir uma sonorização à altura da grandeza do evento. Além do caráter religioso, a Festa de São Sebastião é a grande marca da cidade de Xapuri e a qualidade da sua realização em todos os sentidos só a fará crescer e trazer mais visitantes e investimentos para a cidade.
Outro ponto negativo, que precisa ser corrigido pela administração municipal através do diálogo com as autoridades estaduais, é com relação à atuação do aparato de segurança pública que vem de Rio Branco para dar suporte a Xapuri. Quando não é a truculência de policiais fardados que marca presença é o rigor exagerado e desnecessário dos responsáveis pela aplicação do Código de Trânsito Brasileiro, como aconteceu neste ano.
Não se trata de ir contra o que está na Lei, mas é inadmissível que durante todo o ano a população reclame da falta de fiscalização e rigor da polícia quanto aos abusos cometidos no trânsito, como a embriaguez no volante e o excesso de velocidade, e num momento de festa, quando a cidade está recebendo visitantes, centenas de pessoas serem multadas pelo simples fato de estarem com as viseiras dos capacetes levantadas.
Funcionários do Detran foram a emissora de rádio local anunciar que seria feito na cidade um grande serviço de educação e conscientização no trânsito e o que se viu foi uma ação excessivamente truculenta e repressiva. Motoristas eram parados a todo o instante em vários pontos da cidade e multados com todo o rigor que a lei determina, é claro, mas onde fica o bom senso que costumar ser colocado em prática no cotidiano da cidade?
Comparo o que aconteceu este ano em Xapuri a uma pessoa ser convidada para almoçar na casa de alguém e lá chegando ser maltratado pelo anfitrião. Ressalto que essa opinião não tem o objetivo de afrontar o que está na letra fria da lei, mas que bom seria se tudo o que está escrito na Carta Magna fosse colocado em prática de forma tão católica como fizeram os agentes da segurança pública neste ano em Xapuri.
Devo dizer que, a despeito da situação citada acima, o trabalho da polícia como um todo foi muito bom. A conduta do pessoal do trânsito foi um caso à parte. Eu, particularmente, não tomei conhecimento de nenhum registro de violência durante a festa, com a exceção de um homicídio ocorrido no bairro da Sibéria, num caso que não teve nenhuma ligação com a realização do evento.
Outra coisa que em minha opinião prejudicou a festa foi a falta de controle da prefeitura sobre a política de preços, vamos dizer assim, praticada na praça de alimentação. É também inadmissível que comerciantes usufruam do espaço construído e mantido com dinheiro público para despudoradamente explorarem as pessoas na frente do Santo. Encontrei alguns barraqueiros vendendo uma latinha de cerveja ao preço de R$ 3,00 ou uma cumbuca de caldo ou sopa de qualidade duvidosa custando a bagatela de R$ 8,00.
No parque infantil os ingressos variavam entre R$ 3,00 e R$ 4,00 para as crianças brincarem não mais que 3 minutos. Valores altíssimos para a maioria das famílias da cidade, que são de baixa renda e não possuem condições financeiras de bancar uma diversão como essa aos filhos. Faço essa crítica porque sou sabedor que o custo cobrado pela prefeitura pelo uso do solo é baixo e não justifica essa loucura pelo lucro fácil que ocorreu este ano.
Repito que esta é apenas a minha opinião sobre os pontos que considerei negativos na festa de São Sebastião deste ano. Se você quer expressar a sua é só postar aí embaixo, nos comentários, que serão, como sempre, muito bem-vindos. Viva São Sebastião, nosso padroeiro, e que venha 2012.
A foto que ilustra o post é do meu colega Haroldo Sarkis.
3 comentários:
E verdade tem que se buscar as parcerias cedo aí a festa fica completa!!!
Amigo Raimari, gostaria de endossar seu comentário sobre o novenário do nosso padroeiro, São Sebastião. Sua visão é bastante interessante.
Tive a felicidade de fazer parte da equipe organizadora e nosso grande desafio era fazer com que a procissão fosse bem sonorizada. Sabendo da dificuldade, do custo elevado de trazer grandes caminhões de som de Rio Branco, fizemos contato com proprietários de veículos para dar suposte na sorização nas principais esquinas do trajeto da procissão, pelo que fomos prontamente atendidos e, com sua permissão, fica aqui nossos agradecimentos aos colaboradores. Sobre os dois carros que seguiram a caminhanda e eu fui conduzindo o segundo, verifiquei que em vários pontos do trajeto haviam fortes interferências no audio da transmissão, ou seja, os carros parados nas esquinas forneciam um bom audio, o que não ocorreu com os dois caminhões nos 100% do percurso. Por exemplo, andando pelas ruas da cidade com o rádio do carro ligado percebe-se em determinados locais, falhas na sintonia devido essas interferências.
Certamente que a grandiosidade da festa exige um aparato maior, um som mais potente, agora, penso que as interferências que presenciei, também ocorreriam num som mais potente.
Um grande abraço!
Caro Raimare.
Quanto ao aparato de segurança que vem da capital em especial os funcionário do DETRAN concordo em gênero número e grau com o postado por você. Fica difícil defender a atuação deste órgão estadual que aparece apenas poucas vezes do ano em nossa cidade, diga-se de passagem, em épocas festivas e de grande afluxo de pessoas e veículos com uma operação do tipo caça níquel, multando a tudo e a todos por motivos nada importantes na condução do trânsito, bem como para segurança dos condutores e pedestres, gerando antipatia e em certos casos revolta para com o poder publico estadual e municipal. Que fique bem claro, não estou, assim como você defendendo a impunidade no trânsito, mas sim a tolerância e o bom senso em especial com os visitantes (turistas) e com os condutores de nossa cidade nestas datas festivas, que se aproveite a oportunidade para realizar campanhas e operações EDUCATIVAS orientando e informando o que está errado e o que não pode ser feito, não simplesmente aplicado as multas por motivos banais como viseiras levantadas que no meu entender não leva tanto risco quanto motoristas conduzindo veículos embriagados. Daí pergunto ao DETRAN quantos bafômetros foram utilizados na operação? Quantas multas foram aplicadas, carros apreendidos e carteiras caçadas por este motivo que é muito mais grave e coloca em risco a vida de condutores e pedestre que viseiras levantadas? Se a atuação do citado órgão fosse focada em pontos mais importantes da segurança do trânsito como estes e no Bon senso e educação dos condutores, tenho certeza que receberiam elogios e não as criticas aqui postadas. Vou mais além ainda, porque o DETRAN não vem pelo menos duas vezes por mês aqui em Xapuri organizar e disciplinar o nosso trânsito ao Ives de aparecer aqui apenas no 20 e no carnaval fora de época. Finalizando, como desejamos ser uma cidade turística se permitimos que situações como estas ocorram como nossos visitantes. Coisa do tipo visite Xapuri e leve uma multa de lembrança, daí pergunto quando este turista vai voltar aqui?
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