A Semana da Pátria está chegando e cada vez mais distante estão aqueles tempos em que essa data histórica era intensamente comemorada e vivida pela população de Xapuri. Os grandes desfiles das escolas já não existem e a falta de “patriotismo” não permite mais que os atletas disputem as tradicionais competições esportivas a troco apenas de troféus e medalhas.
Recordo-me que nesta época eram intensos os ensaios das fanfarras das tradicionais escolas de Xapuri. Havia uma disputa ferrenha e sadia entre o colégio Divina Providência, o grupo escolar Plácido de Castro e o ginásio Anthero Soares Bezerra, todas elas donas de enorme quantidade de tambores, caixinhas, taróis e etc. Fazer parte da fanfarra da escola era posição de grande destaque para o aluno.
Tive o prazer de participar das fanfarras das três escolas, por onde passei durante minha vida escolar, mas a que mais me marcou foi a do velho grupo Plácido de Castro que por várias vezes, sob o comando do professor Célio Araújo, venceu a do Divina Providência, sempre considerada como de elite, por ali estudarem os filhos da camada mais abastada da cidade.
Na foto acima, um desfile de 7 de Setembro na “Esplanada da Prefeitura de Xapuri”, em ano incerto, coletada no acervo do João Mendes, exposto na pousada Chapurys. Reconheço, na primeira fila, o primeiro da esquerda para a direita. É nada mais que o inconfundível professor Valmir Nicácio, filho do patriarca Válter Nicácio, no melhor estilo “Sempre alerta”. Velhos tempos.
Clique na foto para ampliar.
3 comentários:
Caro Raimari, me recordo muito bem dessa época patriótica boa de se viver no interior.
Há dois fatores que contribuiram para o esquecimento dessa disputa sadia entre as escolas de nosso Estado.
primeiro: a época o qual o país vivia onde o espírito patriótico era muito cobrado pelos governos militares.
segundo: a própria falta de vontade dos estudantes e gestores escolares que não tem mais esse espírito patriótico.
Meu grande amigo Raimari, é com muita satisfação que coloco mais um comentário no seu blog o qual eu leio todos os dias. Mais falar da semana da Pátria pra nossa Xapuri é uma das maiores recordações que temos em nossa história. Como voçê já falou das disputas de fanfarras isso é verdade eu tambem fiz parte de um bocado delas como: 1º a do Grupo Escolar Plácido de Castro, onde geralmente estava a classe mais inferior, e humilde a qual eu vim da colônia sumaré pra fazer parte dela com muito orgulho, e 2º a do Ginásio Anthero Soares Bezerra, que era de arrepiar na hora que o pelotão passava em frente ao palanque disfile esse narrado pelo maior dos locutores do rádio acreano que já vi, Eurico Filho, meu Deus que grande saudade. não precisa ter ditadura militar nenhuma pra se ter patriotismo, é só querer. um abraço.
Na primeira fila estão, da esquerda para a direita: Valmir, Bitcho Feio e Valdecir. Na 2ª fila reconheço Paulo Sérgio e Girafa. Logo atrás, de bigodes, cavanhaque e mangas compridas: Chefe Assis. A data cívica, apesar dos revanchistas que insistem em associar tudo de ruim à ditadura militar, nos traz a idéia de Pátria, de união, de igualdade, de pertencimento a um lugar comum, mesmo com todas as desigualdades entre as regiões. Ufanismo puro! Era uma das duas ocasiões em que o seringueiro tinha motivação para vir à cidade e efetuar as compras do que necessitasse. Todos vestiam suas melhores roupas para brindar a um momento festivo que nos tornava iguais. Por breves momentos, éramos apenas orgulhosos BRASILEIROS!
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