No dia 16 de dezembro de 2008, postei aqui no blog texto sobre o falecimento do ex-prefeito de Xapuri José da Silva Cunha, o “Zé Menezes”, como era popularmente conhecido (clique aqui e leia). Na época, a postagem não recebeu nenhum comentário, mas muito recentemente fui acusado numa mesa de bar de ter sido um crítico injusto e voraz do ex-prefeito.
Esclareço então que durante o mandato de Cunha, pelo fato de a Rádio Educadora 6 de Agosto ter ficado quase três anos fora do ar, fui designado por ele para ocupar um posto no Setor de Pessoal da prefeitura, cuja sala ficava logo ao lado do gabinete do prefeito.
Naqueles anos, entre 1993 e 1996, conheci quem era Zé Menezes na sua essência e comecei a nutrir por ele grande admiração. Homem simples e sério, teve a infelicidade ficar marcado pelo senso comum de que foi responsável por uma das piores administrações da história de Xapuri, depois de ter sido vereador por vários mandatos seguidos.
Com sua morte, fui o único a fazer, publicamente, justiça à história de José da Silva Cunha como prefeito de Xapuri. Quando assumiu a prefeitura, em janeiro de 1993, encontrou o município em frangalhos, depois de duas administrações desastrosas do PMDB - uma de Vanderley Viana (86 a 88) e outra de Juarez Maciel (89 a 92).
As dívidas relativas a encargos sociais, que eram recolhidos mas não repassados pelos ex-prefeitos, deixaram Cunha sem condição de administrar, pois muitas vezes os recursos do Fundo de Participação dos Municípios - FPM - ficavam retidos.
Os esforços para regularizar as dívidas, principalmente as relativas ao FGTS, atravacaram a administração de José Menezes, que deixou a prefeitura com 7 meses de salários atrasados e praticamente nenhuma realização visível. Ao sair, abandonou a política.
O grande legado de José Menezes como administrador realmente não foi uma excelente administração, que nunca poderia ter feito e que, a propósito, até os dias de hoje jamais aconteceu. A grande herança de Menezes foi a humildade e a simplicidade com a qual tentou servir ao seu município, valores que infelizmente são cada vez menos cultivados pelas pessoas.
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