As fotos da visita que fiz no último domingo ao seringal Novo Catete, postadas aqui no blog, causaram emoção em um casal que, como eu, possui forte ligação com o lugar. O professor veterano Fernando Dantas dos Santos e sua esposa Maria Rodrigues dos Santos viveram na antiga escola Epaminondas Martins durante 19 anos.
Fernando Dantas é aposentado em um dos dois contratos que possui como professor da rede estadual de ensino e está prestes a pendurar as chuteiras também do segundo. Por causa de problemas de saúde já está fora das salas de aula há algum tempo, atuando como inspetor de alunos na escola Divina Providência.
Muito conhecido em Xapuri como Fernandão, dono de histórias engraçadíssimas que já entraram para o folclore local, chegou ao Novo Catete no ano de 1965 para assumir o comando da escola rural construída durante o governo territorial de José Guiomard dos Santos. Ele conta que pela escola passaram algumas figuras conhecidas da atual sociedade xapuriense.
Só para citar um exemplo, a atual coordenadora do Núcleo de Educação de Xapuri, Ziláh Carvalho de Oliveira, estudou as primeiras letras nesta escola onde hoje só restam as ruínas. Inúmeras famílias que depois se transferiram para a cidade também iniciaram os filhos na vida escolar na antiga Epaminondas Martins.
O casal Fernandão e Maria está completando 41 anos de casamento celebrado lá mesmo, no Novo Catete. Lá tiveram três filhos, José, o “Zezão”, Maria Lúcia e Dejenane, completando a família com mais uma, Fernanda, depois que vieram embora para a cidade, no ano de 1984, dois anos depois da morte de meu pai, Antônio Firmino, de quem eram compadres.
Atualmente, outra escola funciona com o nome da antiga Epaminondas Martins. É da rede estadual e fica mais para o centro do seringal. Da velha escola só restaram as fantasmagóricas ruínas, que dasafiam o tempo, e as lembranças de uma época boa que nas palavras de Fernandão “não voltam jamais”. Para ele, o lugar deveria ter sido preservado em razão da história que possui.
“O Novo Catete era um lugar bonito, cheio de vida. Lá haviam nove casas distribuídas pelo campo, com várias famílias morando, fora as muitas outras que viviam naquele entorno, para cima e para baixo do rio ou para o centro. Muita história que se perdeu no tempo mas que não poderia ter se acabado”, recorda.
Berço da tradicional família Figueiredo, o Novo Catete é hoje apenas lembrança e saudade daqueles que naquele pedaço de chão viveram momentos felizes de suas vidas. Peço perdão excesso de saudosismo ou pieguice, mas, como já afirmou o poeta, se recordar é viver, vive quem guarda na memória as boas lembranças dos tempos que deixou para trás.
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