domingo, 16 de fevereiro de 2020

Bestene contra petistas: “desespero”

Da redação do ac24horas
O deputado estadual José Bestene (PP) aproveitou este domingo, 16, para rebater críticas de figuras políticas do Acre pertencentes ao Partido dos Trabalhadores (PT). 
ac24horas publicou uma reportagem com o ex-senador Jorge Viana que desencadeou uma série de comentários por meio da web. Logo, o parlamentar respondeu: “No desespero, aqueles que destruíram o Acre nos últimos 20 anos, tentam desqualificar o trabalho que vem sendo realizado pelo governador Gladson Cameli e nossos secretários”, escreveu.
Segundo Bestene, a gestão Gladson Cameli assumiu o Acre em estado deplorável. “Servidores estavam com o 13° salário atrasado, fornecedores estavam desesperados e a estrutura das nossas secretarias estavam destruídas”, afirmou.
Para o deputado, foi o trabalho do atual governo que conseguiu “arrumar” as contas e resgatar a autoestima dos servidores e da população. “2019 foi o ano de arrumar a casa. De equilibrar as contas, resgatar a credibilidade e, mesmo assim, o governo ainda conseguiu melhorar em todos os setores”, garante.
O parlamentar da base do governo acredita que 2020 será o ano “de voltar a sonhar, gerar emprego e renda. “Deixemos que a voz das aves de agouro, que construíram suas vidas em cima da miséria do nosso povo, falem ao vento!”, criticou.

A mentira só dura enquanto a verdade não chega

Trôpegos e atabalhoados com a exposição da verdade feita aqui neste blog a respeito de uma tentativa enganosa de convencer os desavisados de que o governo do estado do Acre captou R$ 24,5 milhões de reais “através” de indicações do deputado estadual Antônio Pedro, alguns bajuladores e lambe-botas do parlamentar passaram a distribuir mensagens de revolta contra mim nas redes sociais em vez de, de maneira direta e corajosa, vir ao espaço, que está aberto, e apresentar argumentos.

Como argumento e compromisso com a verdade é o que essa gente não possui, os leões de chácara se apressaram a trocar mensagens uns com os outros, desqualificando as afirmações que fiz e expliquei, não deixando de garantir o constitucional direito de resposta, se assim o desejassem fazer. Mas não. De maneira contrária e lamentavelmente obtusa, prosseguiram na tentativa tosca de ludibriar os incautos, pois quem possui o mínimo de bom senso não cai em uma patacoada dessas.

Recapitulando, a assessoria, ou seja, lá quem for, do deputado quer plantar na cabeça dos viventes dessa sofrida terra que o governo do estado levantou recursos por meio (através é um verbo inadequado para o caso) das indicações do parlamentar. Ou seja, querem fazer crer que deputado tem o mérito dessa captação de recursos, que isso é fruto direto do trabalho dele, que se ele não houvesse feito as tais indicações a verba não existiria. E isso não é verdade, isso é mentira das grandes. Isso é fake news.

Qualquer tipo de informação que seja falsa ou deturpada, com o objetivo de beneficiar ou prejudicar alguém, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras ou vice-versa. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e suas consequências podem ser desastrosas para a prevalência da verdade, que deve sempre estar acima de qualquer interesse.

Como defensor da justiça e da lealdade que sou, não posso desconsiderar algumas bandeiras que o deputado Antônio Pedro tem defendido em Xapuri. Como funcionário das emissora de rádio do governo do estado na cidade, de onde fui removido recentemente sem que qualquer esclarecimento tenha sido feito a mim ou à população, sempre garanti o espaço para que o parlamentar divulgasse suas ações na Assembleia. Daí ser sabedor daquilo o que ele tem reivindicado em sua pífia atuação parlamentar.

Asfaltamento da Estrada da Variante, construção da sonhada ponte para o bairro Sibéria, reforma do hospital da cidade, entre outras. Isso é fato que não pode ser negado. Ele pede essas coisas ao mesmo tempo em que busca colar a sua imagem em qualquer ação ou movimento que ocorra com relação a essas demandas. Que isso seja digno de crédito e publicidade eu não estranho, faz parte da política. Mas tentar enganar as pessoas com peças publicitárias que as induzem ao erro de julgamento, isso não podemos aceitar calados.

Duvidando da inteligência das pessoas, apresentam um ofício encaminhado pelo presidente do Deracre, Ronan Fonseca, ao secretário da Casa Civil, Ribamar Trindade, que diz “referente à indicação nº 1.146/2019, de autoria do deputado Antônio Pedro, informamos que o Estado conseguiu captar recursos (R$ 24,5 milhões) para pavimentação da referida estrada e que atualmente estamos elaborando projetos complementares para viabilizar a obra”. Neste mesmo ofício, Ronan faz referência a uma indicação similar da deputada Meire Serafim voltada para Acrelândia.

Ora, não é difícil deduzir que o deputado consultou sobre o andamento de uma indicação sua relacionada a uma estrada, não especificada, à Casa Civil, que solicitou informações do Deracre. O ofício acima é a resposta do Deracre à informação que o secretário Ribamar Trindade solicitou no documento. Para ficar bem desenhado, o presidente do Deracre disse que: a respeito da indicação do deputado Antônio Pedro, o Estado conseguiu captar recursos que contemplam o pedido - grifo meu.

Sigo à disposição para o bom debate, para a apresentação de argumentos convincentes e esclarecedores para quem os merece: o público. Quanto aos capachos que se põem a fazer defesas apaixonadas e a colocar em dúvida o meu “respaldo” para fazer críticas, não os condeno, pois estão apenas defendendo o pão de cada dia, como eu também o faço, mas com a diferença de que não me presto a bajular ninguém para isso. Há diferença entre servir a alguém e ser puxa-saco, e essa diferença pode ser chamada de muitas formas. Ética, bom senso e coerência são algumas delas.


sábado, 15 de fevereiro de 2020

Isso non ecziste!

O famoso bordão do padre Quevedo, que se popularizou no Brasil nos anos de 1990 ao participar de programas de televisão onde debatia parapsicologia com médiuns, ufólogos e curandeiros, pode ser aplicado a uma propaganda enganosa divulgada nas redes sociais pelo deputado Antônio Pedro, do partido Democratas.

Subestimando a capacidade de raciocínio de seus eleitores, a assessoria do parlamentar produziu uma bonita imagem de internet em que diz que o governo do estado conseguiu captar R$ 24,5 milhões por meio de indicações suas para melhorias nas estradas do Acre. Uma mentira deslavada, na cara dura, a não ser que a informação possa ser convincentemente explicada.

Deputados estaduais não possuem qualquer influência sobre o orçamento federal. No orçamento estadual podem indicar R$ 500 mil em emendas, segundo a alteração do artigo 160 da Constituição do Estado do Acre, feita em dezembro do ano passado, que modificou o valor antigo, que era de R$ 200 mil para cada um dos nobres parlamentares acreanos.

O novo texto impôs que as emendas individuais passassem a ser aprovadas no montante global de R$ 12 milhões da previsão de recursos da receita tributária estimada no projeto de lei orçamentária anual. E mais, elas passaram a ser impositivas, ou seja, o governo ficou obrigado a repassar os valores para as indicações dos deputados.

A emenda constitucional estabeleceu ainda que cinquenta por cento do montante, R$ 6 milhões, fossem destinados às ações e serviços públicos de educação, saúde e segurança pública e o restante destinados para quaisquer áreas. A proposta é de autoria do deputado Chico Viga (PHS).

Voltando à potoca do deputado, o que ele divulga na internet não é verdade, mas pura fake news. Abaixo, estão discriminadas as emendas do parlamentar conforme ele as distribuiu no orçamento deste ano. De oito emendas, Xapuri foi contemplado em quatro, por meio do Hospital, do Núcleo de Educação, do quartel da PM e do Deracre para a recuperação de ramais. 


Nas alocações, Antônio Pedro especifica a construção de um muro para o quartel da Polícia Militar de Xapuri, a aquisição de bicicletas para alunos que residem em áreas de difícil acesso e aquisição de equipamentos para o hospital Epaminondas Jácome, e serviços de melhoramento de ramais nas comunidades Vai Quem Quer, Maloca, São José e São Miguel, totalizando R$ 240 mil. 

Apenas para oferecer uma ideia do absurdo que o representante de Xapuri na Aleac propaga, um deputado federal pode fazer indicação/emenda ao orçamento da união até R$ 14 milhões, sendo obrigatório a metade ser em saúde. Com base no que ele diz, estaria o parlamentar da esfera estadual valendo por dois deputados federais. 

Agora, se o deputado está computando aquilo o que tem reivindicado aos parlamentares da prateleira mais alta em favor do estado ou que este teria buscado recursos para atender áreas citadas em suas indicações, ele deveria explicar isso de maneira mais clara e honesta para o público em geral. As demandas levadas às instâncias superiores do poder em favor do povo sempre são louváveis e dignas de publicidade, mas o marketing enganoso de dizer que "o Estado captou recursos através de suas indicações" é inaceitável. 

Por esse ponto de vista matreiro, muita gente, entre os quais outros deputados, prefeitos e até vereadores, também estariam alocando muito dinheiro para seus redutos, uma vez que pedir é coisa fácil de fazer e todo mundo pede mesmo, afinal quem não chora não mama, como diz o antigo adágio popular. 

Caso o deputado tenha explicações plausíveis para o teor do que divulgou, o blog está à disposição, como sempre esteve de quem tenha sido ou possa vir a ser prejudicado pelo o que aqui for publicado, pois como diz outro velho ditado, a mentira só dura enquanto a verdade não chega. 

Atualização - Alguém me informa que o tal recurso não é o mesmo anunciado pelo senador Márcio Bittar, mas outro, para a recuperação de ramais, o que dá no mesmo. De toda maneira, suprimo a parte que aventa a possibilidade dessa relação.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A hora da soja

Representantes de vários segmentos do setor produtivo acreano e também de fora do estado, como o grupo Maggi, um dos líderes do Agronegócio na América Latina, participaram, na manhã desta sexta-feira, 14, na fazenda Campo Esperança, no quilômetro 60 da BR-317, município de Capixaba, do ato solene que marcou o início da colheita da soja no Acre - safra 2019-2020.

Organizado pelo Sistema Sepa - Secretaria de Produção e Agronegócio, Cageacre, Emater e Idaf - o evento teve a presença da comitiva governamental, liderada pelo governador Gladson Cameli, acompanhado do seu vice, Major Rocha, do senador Sérgio Petecão e da deputada federal Vanda Milani, entre outras autoridades estaduais e municipais.

O incentivo à produção de soja no Acre é um dos carros-chefes da política do atual governo em favor do desenvolvimento do agronegócio no estado, que tem, na atualidade, 5 mil hectares de plantio da leguminosa em 4 propriedades diferentes, com potencial de produzir 15 mil toneladas do grão que até pouco tempo inexistia nessa região da Amazônia.

A ação de fomento à cultura da soja no estado representa, para o governo do Acre, a união do setor produtivo com o poder público voltada ao desenvolvimento do agronegócio. A Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa) estima que serão colhidos cinco mil hectares de soja em 2020, representando quase 15 mil toneladas do grão.

“Essa produção já com venda garantida vai deixar no estado geração de emprego e oportunidade de trabalho realmente nos deixa muito satisfeitos. E, melhor ainda, é saber que o produtor rural acreditando no desentrave de legislação que o governo está fazendo somado ao apoio com maquinário e estrutura de secagem e armazenamento dos grãos por meio dos silos, dá uma resposta rápida mostrando que o governo está no caminho certo e o produtor também”, disse o secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Maciel.

A experiência da fazenda Campo Esperança com o cultivo da soja começou em 2016, com uma plantação experimental de 10 hectares, que resultou numa colheita de 400 sacas. A média de 40 sacas por hectare despertou a fé no potencial dessa cultura para o estado do Acre. Atualmente, a propriedade cultiva aproximadamente 2.500 hectares no sistema de plantio direto. A produtividade esperada para esta safra é estimada entre 60 a 65 sacas/ha, bem acima da média nacional, que gira em torno de 55 sacas/ha.

Mas a soja é tudo isso mesmo?

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), Assuero Doca Veronez garante que sim. De acordo com ele, a soja é o grão mais demandado no mundo, com o poder de criar uma dinâmica econômica agregando renda também no Acre.

“É uma nova cultura que entra no Acre gerando riqueza e criando uma nova perspectiva para o futuro da economia do estado. Se deu certo em todos os lugares onde foi inserida, se transformou a realidade do estado de Rondônia, por que não vai dar certo aqui? Temos que ter a coragem que estão tendo esses pioneiros em investir seu capital em uma nova atividade e a que está tendo o governo de incentivar e tentar derrubar os entraves burocráticos que impedem o produtor acreano de trabalhar”, afirmou.

O médico do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), Fernando Bortoloso, superintendente federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Acre, é outro que aposta positivamente na viabilidade do cultivo da soja no estado. Para ele, enquanto a parceria entre o governo e o setor produtivo estiver de pé a atividade terá futuro no estado.

“Nós precisamos de três coisas para tornar o Acre produtivo. Terras, produtores interessados em cultivá-la e apoio governamental. Com esse tripé o estado vai avançar, e com a soja não será diferente. Hoje temos cinco mil hectares plantados e a expectativa para o próximo ano é de que sejam dez mil hectares. Parabéns ao governador, pelo estímulo ao agronegócio, e um cumprimento especial para os produtores, que batalham de maneira constante para desenvolver o nosso estado”.

O empresário e agropecuarista Jorge Moura, 62 anos, proprietário da fazenda Campo Esperança e pioneiro do cultivo da soja no Acre, diz que o estado possui áreas propícias para o plantio. Ele, que também é um dos grandes produtores de milho do estado, garante que a soja produzida em sua propriedade é “padrão de exportação número um”.

“Estamos aqui para mostrar que o Acre é produtivo. Que aqui nós podemos plantar tudo. Arroz, feijão, milho... e a soja, é claro, esse produto que alavanca qualquer município, qualquer estado e qualquer país. Ela tá na mesa de todo mundo, seja como óleo, carne ou leite. Eu estou muito feliz, muito feliz mesmo, de ter sido peão nessa fazenda e hoje eu estou aqui administrando com a permissão de Deus, com muito orgulho e muito carinho”, disse.

O governador Gladson Cameli disse que Jorge Moura é uma prova de que no Acre “em se plantando tudo dá”. Ele afirmou que a aposta na soja e em outras culturas, como o milho, é o passo que o Acre precisa dar para consolidar o agronegócio como uma porta que se abre para a redenção econômica do estado.

“É um dos caminhos que temos que trilhar. Facilitando a vida de quem quer vir investir aqui para que a gente possa gerar emprego, gerar renda. O que nós não podemos é criar obstáculos. Essa é a nossa luta, estamos tentando, pois pessoas como o Jorge Moura, só querem trabalhar sem burocracias e com o mínimo de segurança jurídica para que essa iniciativa seja alavancada”, ressaltou.

Soja e Meio Ambiente

Para essa questão, o governo do Estado e os entusiastas do agronegócio já têm uma resposta pronta: a soja no Acre vai ocupar as áreas já degradadas. Ela esteve no discurso de praticamente todos os que tiveram a palavra no evento desta sexta-feira, inclusive do governador Gladson Cameli.

“Nós queremos um agronegócio sustentável. Ninguém aqui quer ver devastação da floresta, mas as pessoas têm que entender que precisamos criar maneiras de desenvolver o estado por meio da produção. Eu não sou a favor de desmatamento, mas a favor da geração de emprego, de renda e do respeito às nossas leis”.

A soja no mundo

Produção: 362,075 milhões de toneladas
Área plantada: 125,691 milhões de hectares
Fonte: USDA (12/06/2019)

Soja nos EUA (maior produtor mundial do grão)

Produção: 123,664 milhões de toneladas
Área plantada: 35,657 milhões de hectares
Produtividade: 3.468 kg/ha
Fonte: USDA (12/06/2019)

Soja no Brasil (segundo maior produtor mundial do grão)

Produção: 114,843 milhões de toneladas
Área plantada: 35,822 milhões de hectares
Produtividade: 3.206 kg/ha
Fonte: CONAB (Levantamento de junho/2019)

Mato Grosso (maior produtor brasileiro de soja)

Produção: 32,455 milhões de toneladas
Área plantada: 9,700 milhões de hectares
Produtividade: 3.346 kg/ha
Fonte: CONAB (Levantamento de junho/2019)

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Governo vai ampliar ETA em Xapuri

Uma comitiva composta por representantes do Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) se reuniu nesta semana com o prefeito de Xapuri, Ubiracy Vasconcelos, para tratar sobre as obras de ampliação de uma das duas Estações de Tratamento de Água (ETA) existentes no município.

A intenção do governo é elevar a capacidade da estação de tratamento do bairro Bolívia e construir uma adutora para que toda a cidade possa ser abastecida por ela. A ETA localizada no igarapé do Fura será, depois disso, transferida para o bairro da Sibéria. Mais infornações no site ac24horas.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Problema antigo

Assentados do Polo Hortifrutigranjeiro União, mais conhecido como Polo Jequiá, em Xapuri, procuraram a Promotoria de Justiça no município para reclamar de uma situação que se arrasta há mais de cinco anos sem uma solução do poder público.

A foto ao lado é de 2015, quando os moradores fizeram um protesto por conta da situação do ramal destruído peloas caminhões-caçambas que transportam areia extraída do rio Acre, naquelas imediações. As informações estão no site ac24horas.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O guardião do agronegócio

Na minha carreira como comunicador do setor público já cobri várias áreas do serviço prestado pelo Estado ao cidadão. Sou, então, testemunha ocular do empenho e da dedicação da maioria dos servidores que optaram por esse caminho para contribuir com a sociedade e o país ao mesmo tempo em que garante a sua sobrevivência e o sustento da família. 

Como aqueles que me acompanham aqui já sabem, estou em uma nova empreitada. Mas, como antes, continuo comunicador e prossigo acompanhando a prestação do serviço público. Estou no Idaf - o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal - onde passei, de imediato, a conhecer a rotina daqueles que cuidam da sanidade animal e da defesa das atividades econômicas relacionadas com o setor. 

Na minha chegada, alguém disse que seria difícil trabalhar uma pauta positiva para o Idaf, pois dentro da cadeia de órgãos governamentais ligados ao agronegócio - Sepa, Cageacre, Emater - o Instituto é o único que não é de fomento e é aquele que faz o trabalho "antipático", ou seja, é o que fiscaliza e o que multa, quando necessário. Passarei a contribuir com o trabalho de mostrar que apesar de possuir o lado que desagrada, o Idaf é essencial em todo o processo. Sem ele, toda a cadeia desmorona.

"O Idaf é o guardião do agronegócio", me disse hoje o presidente Rogério Melo. 

Na imagem que ilustra o post, a médica veterinária Ane Gabrielle faz colheita de sangue para prevenção de anemia infecciosa equina e mormo em uma propriedade de Xapuri. As informações estão na Agência de Notícias do Acre em matéria assinada por este blogueiro e radialista deportado.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Tudo como dantes

Reportagem assinada pelo jornalista xapuriense Leônidas Badaró, do site Ac24Horas, neste último fim de semana, reforça aquilo a que este blogueiro vinha chamando atenção no decorrer de 2019. A situação do hospital Epaminondas Jácome, que já era ruim no governo passado, se tornou pior neste, a ponto de o Ministério Público ajuizar Ação Civil Pública contra o Estado do Acre, por meio da Secretaria de Saúde.

O objeto da ação do MP foi, principalmente, a falta recorrente de médicos na escala de plantões da unidade hospitalar, mas outras situações graves vinham sendo denunciadas há tempos por usuários e servidores. Como repórter do sistema de comunicação do governo fiz várias reportagens nos últimos anos abordando a situação, ouvindo a gerência do hospital e - quando atendido - representantes da Sesacre. 

O resultado do interesse por essa pauta foi o meu desligamento das duas emissoras de rádio do governo em Xapuri. Partiram daqui repetidos pedidos para a minha retirada dos microfones. A perseguição endossada pelo governo se deu também por outras razões, nenhuma delas embasada em qualquer falta cometida por mim no desempenho de minhas funções. O objetivo foi o de - em vão - me calar e intimidar.

No entanto, no hospital nada mudou, apesar de o problema da falta de médicos haver sido parcialmente resolvida. Segundo funcionários denunciam anonimamente, a unidade está um caos, chegando a faltar até mesmo alimentação para os pacientes. Não há gerente de enfermagem e alguns servidores e médicos chegam atrasados de maneira contumaz, deixando o hospital por horas sem plantonista. 

As denúncias estão devidamente gravadas e prontas para serem apresentadas em juízo, caso resolvam, como de costume, negar os fatos no lugar de prestar informações. A propósito, explicações é o que não faltam para serem dadas pela direção do hospital. Uma delas é o porquê de um médico especialista que faz parte do quadro efetivo não dar plantão na unidade, pagando colegas para o substituírem nos seus dias de trabalho.

Esclareço, porém, que esta postagem não se presta a denunciar ou criticar os servidores do hospital de Xapuri que têm uma belíssima e honrosa história de dedicação à população. Eu mesmo, como cidadão que sou, costumo ser maravilhosamente atendido por esses profissionais sempre que preciso. Neste hospital vi nascer meus quatro filhos e um de meus dois netos. Isso, no entanto, não pode me impedir de dizer o que deve ser dito.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Manifesto - Comitê Chico Mendes

Meu nome é Ângela Mendes, sou coordenadora do Comitê Chico Mendes e filha do sindicalista, ambientalista e patrono nacional do meio ambiente Chico Mendes, assassinado em 1988 por combater a grilagem de terras, a expulsão dos seringueiros de suas ocupações, o desmatamento e a destruição da floresta, ou seja, uma luta em defesa dos direitos  humanos e da nossa Floresta Amazônica.
Cresci ouvindo meu pai e seus companheiros de luta falar dos desafios, das dificuldades e da situação de perigo que as famílias enfrentavam para garantir a proteção da floresta que estava sendo devastada para dar lugar a pecuária.
Hoje estou aqui para que, com nossa força possamos conseguir o arquivamento do Projeto de Lei  6.024/2019 que propõem a revisão dos limites da Reserva Extrativista Chico Mendes e a mudança de Categoria do Parque Nacional da Serra do Divisor, de autoria da Deputada Federal Mara Rocha – PSDB/AC.  Projeto de Lei que pisoteia toda história de luta destas famílias e de lideranças que morreram em defesa da  floresta.
O Projeto de Lei (PL) prepõem a exclusão de mais de 30 trinta mil hectares da Reserva Extrativista Chico Mendes (RESEX  Chico Mendes) e a mudança de categoria do Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD), Acre-Brasil,  áreas que juntas totalizam mais de Um Milhão e Oitocentos mil hectares de Floresta Amazônica que será instrumentalizada para atender a politica antiambiental que se instala no pais.
Este Projeto de Lei foi elaborado sem a participação das mais de 5 mil famílias que vivem nas respectivas unidades de conservação, famílias que em nenhum momento  foram consultadas. Ou seja, um Projeto de Lei que tramita sem a participação dos principais beneficiários, e rigorosos estudos técnicos que possa instrumentalizar a proposta.
Importante destacar que estas recomendações são previstas na LEI 9.985/2000 Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Destacando que o SNUC foi instituído para regular o art. 255 da Constituição Federal a qual prevê a todos um “meio ambiente ecologicamente equilibrado” e impõe ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Reserva Extrativista Chico Mendes é uma unidade de Conservação de Uso Sustentável criada através do Decreto Federal nº 99.144 de 12/03/1990, com objetivo de proteger os meios de vida e a manutenção da cultura assegurando o uso sustentável dos recursos naturais. Esta área detém importante biodiversidade, relevante mananciais hídricos, elevada ocorrência de cacau nativo, uma das poucas regiões brasileira de ocorrência de castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa) lhe conferindo o status produtivo de 80% da castanha do Estado do Acre, elevada  ocorrência de açaí nativo, e muitas outras variedades de espécies animais e vegetais. 
Trata-se de importante fragmento de Floresta responsável pela geração de chuvas contribuindo para produção agrícola no Estado do Acre e o  abastecimento de água de pelo menos 06 (seis) municípios acreanos, além de que  a maioria de suas nascentes encontra-se dentro da RESEX Chico Mendes.  Possui uma riqueza sociocultural riquíssima que inspirou a criação de todas as Reserva Extrativistas existentes, bem como as Reservas Marinhas nas regiões costeiras brasileiras.
Parque Nacional da Serra do Divisor é uma unidade de Conservação de Proteção Integral criado através do Decreto de nº 97.839 de 16/06/1990, localizada na região Amazônica  divisor natural das águas das bacias hidrográficas do rio Ucayali (Peru) e rio Juruá (Brasil), zona de transição das terras baixas da Amazônia e as montanhas dos Andes. O PNSD  é considerado área prioritária para a Conservação e de maior biodiversidade da Amazônia, com ocorrência de várias espécies animais e vegetais, algumas  endêmicas, e muitas ainda desconhecida pela ciência. Trata-se de uma região dotada de grande beleza cênicas que impulsiona o turismo na região,  e que podemos  encontra valiosos vestígios fósseis. Esta área é parte de um corredor ecológico constituído de terras indígenas uma diversidade de povos e culturas pouco conhecido.
As áreas protegidas no Brasil precisam de iniciativas parlamentares que possam impulsionar o desenvolvimento socioambiental e econômico das famílias que vivem nestas e tantas outras unidades de conservação existentes no nosso Estado do Acre. Ou seja, Projetos de Lei e emenda parlamentares que garanta o acesso à educação para as gerações que nasce e cresce no interior da nossa floresta, melhorias e ampliação das infraestruturas de acesso, programas que conceda energia para as comunidades isoladas, projetos que impulsione as atividades  produtivas desenvolvidas pelas familiais, iniciativas que incentivem a instalação de indústrias na região para que estas possam utilizar os recursos gerados pela floresta, melhorar o atendimento básico de saúde nas comunidades, garantir a revisão dos instrumentos de gestão das unidades de conservação, ampliar a capacidade de atendimento dos recursos humanos e financeiros dos órgãos ambientais e de fomento, disponibilizar recursos para diversificar as atividades agrícolas, incentivar a instalação de industrias de beneficiamento de óleos e derivados dos produtos extrativistas, promover linhas de créditos no atendimento as aptidões coletivas e individuas adotadas pelas famílias, e  sobretudo conhecer de perto as famílias e suas demandas antes de tomar medidas desta natureza.
O que nos resta é lutar! Por isso nos ajude. Diga não a este Projeto de Lei  6.024/2019. Vamos nos mobilizar para arquivar este retrocesso que ameaça a floresta e as famílias.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Museus fechados

A Assessoria de Comunicação da prefeitura de Xapuri informou nesta quarta-feira, 5, que o prefeito Ubiracy Vasconcelos recebeu no dia anterior a visita de uma comitiva composta por representantes do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), da Fundação Elias Mansour (FEM) e do Instituto Chico Mendes.
A pauta da conversa, segundo o assessor Jonathan Matheus, foi a discutição de um plano de ações para a reabertura dos espaços de memórias que se encontram fechados na cidade há mais de um ano. Xapuri possui quatro espaços listados no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), todos inacessíveis à visitação pública.
Leia mais no site Ac24horas.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Novos ares, novo horizonte

É bem verde a área que está aos fundos da unidade do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF), onde deverei prosseguir com a minha carreira de servidor público estadual depois de ser impedido, por perseguição política, de continuar fazendo o que fiz a vida toda, até há alguns dias. 

O sentimento é de uma pacífica revolta com o fato de que atentados à liberdade de expressão continuem a ocorrer no Brasil e no Acre de maneira vil e descarada. O pensamento é o de seguir, de cabeça erguida, confiante na minha capacidade de bem servir ao Estado - e não a governos ou a projetos políticos que não têm o escrúpulo como método de atuação.

Acompanhando o sentimento e o pensamento está a convicção de que não se pode impedir um homem livre de pensar e se expressar. Esses direitos sagrados continarão a ser exercidos em qualquer circunstância, em qualquer área ou setor do serviço público. Seguirei informando, pois é na falta de informação do que ocorre nos meandros da política e do serviço público prestado sob influência dela que reside a incapacidade de reação contra a tirania que alguns sujeitos pequenos ainda conseguem praticar.

Sigamos.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

O caso do goleiro Bruno

João Baptista Herkenhoff

Não existe prisão perpétua no Brasil, nem se toleram as penas cruéis.
Confira-se o artigo quinto da Constituição Federal, que transcrevo a seguir.
Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.

Impedir que um ex-preso volte a seguir sua vida, após o cumprimento da pena que lhe foi imposta, é uma penalidade cruel, semelhante à pena de caráter perpétuo. O goleiro Bruno, do Flamengo, praticou um crime horrendo (assassinato da companheira) e foi punido. Deve ter o direito de voltar a exercer seu ofício de jogador de futebol. A Justiça não combina com o ódio. O ódio destrói a Justiça.

O cidadão comum pode ser tomado pelo sentimento de ódio à face de certas situações. A vítima de um crime violento, por exemplo, tem razões para nutrir ódio contra a pessoa do criminoso. Essa não é a atitude recomendada pela Ética Cristã, mas é compreensível.

Coloque-se o leitor na situação de um pai, cuja filhinha pequena foi vítima de estupro. Que penalidade quererá para o estuprador? Se houvesse a pena de morte e se pedisse a pena de morte, sua explosão de revolta deveria ser compreendida.

Muito diferente da reação do agredido, à face do agressor. é o que se exige da Justiça à face de situações concretas. A Justiça deve ser serena. A autoridade da toga não se assenta nos rompantes de autoritarismo, mas na imparcialidade das decisões e na retidão moral dos julgadores. O magistrado deve ser tão impolutamente equilibrado, equânime, que até o vencido deve respeitá-lo, embora recorra do julgamento desfavorável.

Como disse com muita precisão Georges Duhamel, a verdadeira serenidade não é a ausência de paixão, mas a paixão contida, o ímpeto domado". Ou na lição de Epicuro: A serenidade espiritual é o fruto máximo da Justiça".

Em determinados momentos, seja pela gravidade dos crimes em pauta, seja pelo alarido em torno dos crimes, a opinião pública pode tender à aplicação da pena de talião.
Cederá o juiz à pressão do vozerio? Respondo peremptoriamente que não.

Que garantia tem um povo de viver em segurança, de desfrutar do estado de direito democrático, se os juízes se dobrarem, seja ao poder das baionetas, seja ao pedido dos influentes, seja às moedas de Judas, seja a um coro de vozes estridentes, seja ao grito das ruas?

Um povo só terá tranquilidade e paz se dispuser de uma Justiça que fique acima das paixões, firme, inabalável, imperturbável, equidistante de influências espúrias, uma Justiça sem ódio. O ódio conspurca a Justiça.

Negar a um ex-preso o caminho do retorno ao trabalho é uma conduta odiosa e de extrema crueldade. Na minha vida de Juiz de Direito testemunhei a recuperação de dezenas ou centenas de pessoas que haviam praticado crimes.

João Baptista Herkenhoff é Juiz de Direito aposentado (ES) e escritor.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Seres

Francisco Braga

Tem gente que mostra quem realmente é até sem perceber, com atitudes viscerais, instintivas. Com palavras delatoras de seu caráter e meneios, gestos, expressões corporais específicos que expõem sobremaneira sua índole, seu temperamento, sua alma. Me lembrei agorinha de algumas dessas pessoas as quais desejo fazer conhecidas e conhecedoras de minha impressão sobre sua conduta e a consideração que devidamente lhes dou.

Havia o Roberto, um colega do bairro. Pessoinha completamente desprovida de moral e honra, um cara inescrupuloso, covarde e detestável. Oriundo de uma família cujo pai era um conhecido voyeur (brecheiro, como se diz em Fortaleza, Ceará), que se esgueirava nas madrugadas, pelas sombras dos arbustos de quintais e frestas de janelas, em busca dos corpos nus e adormecidos de vizinhas incautas.

Odiava me aproximar deste sujeito nojento, o Roberto. Como a maioria de seus tios, primos e irmãos mais velhos, que achavam engraçado soltar peidos fedorentos em público, arrotar e dizer palavrões aos gritos e xingar transeuntes com apelidos ofensivos, este pulha tinha a mania detestável de “cumprimentar” os amigos com uma dedada no traseiro. Ser repugnante e desprezível de quem não guardo uma sequer lembrança agradável.

A gente costumava catar maços vazios de cigarros e colecionar. Desmanchávamos as chamadas carteiras de cigarros e as dobrávamos em forma de notas de dinheiro. Era uma das diversões da molecada do início dos anos setenta, no meu distante bairro Aldeota, em torno da mercearia do Seu Antõe Beto e da Dona Albertina. Nessa aventura divertida encontrei o novo menino do bairro, neto da Dona Haideé e de Seu Osmundo, o Sérgio Ricardo.

Com um sorriso cativante e grande simpatia, não foi difícil para o Serginho conquistar minha amizade, fui o seu primeiro amigo da rua. Logo estávamos brincando nos quintais de nossas casas. Sabe aquele negócio de melhor amigo? Pois é, éramos os melhores amigos. Eu magrela e baixinho, o Sérgio gordo e desajeitado. Nós dois juntos formávamos a dupla do barulho que nos valeu apelido de seu tio Osmundinho: dupla pinga-fogo.

Serginho pinga-fogo e Chico pinga-fogo. Eu era um molóide, ruim de briga que Deus me livre. O Sérgio era outro cara da paz, apesar de grandalhão, não era violento e engolia vitupérios e piadas de mau gosto calado ou com um sorriso encabulado. Sabe que criança, menino de rua principalmente, é bicho cruel, né?! Sem uma gota de remorso, não titubeia quando quer fazer alguma traquinagem mais agressiva com o coleguinha mais bobão.

Pois bem, o Serginho era, na verdade, uma bomba-relógio, um vulcão adormecido. Uma folha de cansanção arre-diabo que não se deve tocar nem de leve. Enquanto estivesse no plano verbal, o moleque podia ofender e destratá-lo como quisesse, porém o imbecil do valentão Roberto, burro como qualquer cavalgadura de seu naipe, tinha que ir mais além, era de sua natureza doentia, não podia se controlar e foi parado sobremaneira.

Numa velocidade assustadora, num piscar de olhos o Sérgio virou-se e o Roberto sucumbiu sob o impacto fulminante do direto de direita, na tábua do queixo. Caiu duro tremendo a escrota mão invasiva que jamais tocaria a bunda de um cabra macho novamente. Todo mundo aplaudiu e o Sérgio Ricardo Pessoa virou herói e o melhor amigo do resto da molecada. Deste sim, ser do bem, eu só tenho boas lembranças e grande consideração.

Francisco Braga é cartunista.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Últimas vagas nos cursos técnicos do Ifac

Restam poucas vagas para os cursos técnicos do Instituto Federal do Acre (Ifac). As vagas são para cursos integrados (ensino médio) e cursos subsequentes (para pessoas com ensino médio completo). Interessados devem ir até o campus e realizar a matrícula. As aulas terão início em fevereiro.

No Ifac de Cruzeiro do Sul, há vagas para o ensino médio nos cursos de Agropecuária e de Meio Ambiente. Também há oportunidade para quem já concluiu o ensino médio e deseja fazer uma profissionalização com o curso técnico em Recursos Pesqueiros.

No campus Xapuri há vagas para os cursos técnicos integrados ao ensino médio em Biotecnologia e em Alimentos. O curso de Alimentos é voltado para pessoas com mais de 18 anos que não tenham feito o ensino médio.

Já no campus do Ifac em Sena Madureira, as oportunidades são para pessoas com mais de 18 anos que não tenham feito o ensino médio. Há vagas para o curso técnico integrado em Administração, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos.

Para Rio Branco, ainda há vagas nos cursos técnicos subsequentes em Recursos Pesqueiros. As aulas serão realizadas no campus Baixada do Sol, no Aeroporto Velho. O campus está com mudança prevista para a Transacreana ainda este ano.

Matrícula

Para garantir uma vaga basta ir até o campus do Ifac e apresentar os documentos para a matrícula. O preenchimento das vagas obedecerá, rigorosamente, a ordem de chegada dos candidatos.

Para a matrícula deverão ser apresentados uma foto 3x4 recente, além de original e cópia dos seguintes documentos: carteira de Identidade, CPF, Certidão de Nascimento ou Casamento, Título de Eleitor (maiores de 18 anos), Certificado de alistamento militar (candidatos maiores de 18 anos do sexo masculino), comprovante de residência, Histórico Escolar e Certificado de Conclusão do Ensino Fundamental/Médio.

Uma semana florida a todos


domingo, 2 de fevereiro de 2020

Perseguição política aplicada ao servidor público

Luiz Carlos de Aquino Pereira

Os servidores públicos, bem como os trabalhadores da iniciativa privada, têm em comum uma história marcada por lutas frequentes em busca de melhores condições de trabalho e remuneração compatível com a atividade laboral que desenvolvem. Todavia, na administração pública temos um agravante, quando o gestor (via de regra estranho ao serviço público) busca artifícios para se impor, por abuso de poder, para defender o “padrinho” e/ou o partido político que o indicou para o cargo comissionado.


Nesses casos o servidor que “não se alinha”, que “não compactua” com as ações desmedidas de politicagem do administrador público é sutilmente perseguido para que sirva de exemplo aos demais, com a intenção de a todos silenciar. Num sistema opressor estilo “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.

A perseguição política, característica de gestores desqualificados e sem liderança, é uma das formas mais covardes de se manipular e pressionar os servidores, sendo a remoção e transferência um jeito velado de se perseguir. Casos como esses costumam aflorar quando as nossas opiniões desagradam os que estão no poder, inclusive quando as conclusões emitidas em pareceres técnicos e, sobretudo, em contratos e convênios (com prefeituras, governos estaduais etc.) possam criar “embaraços” na relação entre o gestor e o padrinho que a ele conferiu o cargo comissionado.

O fato é que temos um alarmante número de supostos administradores que gastam demasiada energia investindo em medidas punitivas para os seus subordinados, ao invés de devotarem tempo e atenção para motivar, incentivar, qualificar cada trabalhador, na perspectiva de sua valorização e auto-estima.

Valorizam as “picuinhas” e, o pior, se cercam de pessoas fingidas e interesseiras. São os amigos do poder. Incorporaram o adágio popular que diz: “é melhor puxar saco do que puxar carroça”. Amam o poder e por isso valorizam quem o detém, mesmo que tenham que compactuar com injustiças e pecados. Como se diz no popular - o diploma nem sempre é sinal de sabedoria.

É interessante perceber que existem pessoas que se acham imbatíveis, super poderosas. Será que não param para refletir que tudo passa e que tudo sempre passará? Inclusive o poder que julgam ter sobre os outros? A bem da verdade, a morte é a maior certeza da vida; então por que tantos vivem atropelando os outros, desprestigiando, ferindo, implicando?

Ninguém é superior num contexto em que fazemos parte de uma mesma espécie humana. Precisamos aprender mais sobre o respeito mútuo.


É impressionante como o poder e o dinheiro interferem no comportamento de certas pessoas, transformando-as em seres frios, sem sentimentos e emoção. Essas pessoas ficam como que “dependentes”, já não conseguem mais viver sem estar no poder e lutam a qualquer custo para manterem-se em qualquer cargo. São seres humanos (?) carrancudos, mal humorados. E por serem infelizes querem fazer com que os outros também o sejam: começam a perseguir, usam de autoritarismo, gritam, ironizam.

Mas para a nossa felicidade a tempestade passa e o sol há de brilhar mais uma vez. E nós servidores de carreira, organizados em nossas entidades de classe, precisamos urgentemente derrotar a ditadura reinante (em pleno século XXI), e banir as perseguições covardes que ainda hoje são praticadas no serviço público.

Nesse sentido, a Lei 4.898/65, que trata do direito de representação e do processo de responsabilidade administrativa civil e penal contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, entende como fundamentais, dentre outros: a liberdade de consciência e de crença; a liberdade de associação; aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

Luiz Carlos Pereira de Aquino é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Economia Rural no Ceará.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Ataque à liberdade de expressão deixou Xapuri menor

A liberdade de expressar sua opinião e divergir de outras quando se acha conveniente é uma das mais belas características da democracia moderna. Essa garantia está consolidada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU), e deveria estar contida nos princípios de todos, especialmente daqueles que se propõem a representar o povo.

Infelizmente, não é o que ocorre. Restringir a circulação de ideias e atacar a liberdade de expressão são práticas antigas que perduram até os dias atuais. São promovidas por indivíduos que passam a acreditar que apenas são válidas as informações ou opiniões que favoreçam os seus interesses pessoais, sejam políticos ou de qualquer outra natureza. Se pudessem, restringiam até o pensamento.

Passa por aí a minha recente remoção do quadro do Sistema Público de Comunicação do Acre, depois de 31 anos de serviços prestados ao rádio. Solicitada por políticos de boa-fé duvidosa e seus pupilos mimados, a medida foi endossada pelo governo do estado, na pessoa da secretária de comunicação Silvânia Pinheiro, por quem, até então, eu mantinha uma relação sincera e respeitosa. De minha parte, a sinceridade e o respeito prosseguem.

Silvânia nada tem contra mim e muito menos contra a maneira com que eu fazia meu trabalho nas rádios Difusora e Aldeia em Xapuri. Pelo menos foi isso o que ela me afirmou por diversas vezes. Mas pressionada pelo filho do deputado Antônio Pedro, Aílson Mendonça, que sonha em ser prefeito da cidade, achou por bem me deportar da Secom, apesar de haver garantido anteriormente que essa prática nefanda não ocorreria no governo de Gladson.

Quem acompanhou meu trabalho nas emissoras de rádio dos Sistema de Comunicação do Acre sabe que, mesmo tendo liberdade para isso, não sou crítico e muito menos tenho má vontade com o atual governo. Por sinal, passei até a admirar a figura do governador pela maneira gentil e atenciosa com que que me atendeu nas poucas oportunidades em que precisei o entrevistar. Não quero também desviar o foco para o governo, pois a raiz da perseguição política que sofro e que me impede de desempenhar minha função de radialista está enraizada em Xapuri.

Ocorre que o meu entendimento de rádio pública é o de que ela tem o objetivo e a obrigação de atender as demandas da sociedade por informação e ser o canal por meio do qual a população pode levar até o governo as suas reivindicações sobre os problemas que muitas vezes são desconhecidos do próprio governador. A base do meu trabalho sempre foi essa, seja com relação ao governo do estado ou com o município.

E a perseguição contra mim começou exatamente no instante em que fiz seguidas reportagens sobre a falta de médicos no hospital de Xapuri. Não em tom de denúncia, que em minha opinião não é próprio de rádio pública, mas identificando as deficiências e buscando explicações junto à gerência do hospital e da Sesacre e, mais do que isso, apresentando propostas e abrindo espaço para que os moradores da cidade participassem do debate.

Como o diretor do hospital de Xapuri, João Honorato Cardoso, é nomeado por indicação do deputado Antônio Pedro, o grupo político que se arvora a dono da estrutura estatal no município se abespinhou e foi iniciada uma onda de perseguições e ameaças relacionadas a minha retirada dos microfones das emissoras de rádio do governo. Cheguei a ser chamado duas vezes à Secom em razão dessa situação, para mim, vexatória e humilhante.

Outra razão do descontentamento dos donos do partido Democratas – vejam que ironia – em Xapuri é um trabalho colaborativo que faço para o site ac24horas. As matérias que versam sobre a conjuntura política atual os deixam de cabelos em pé por uma razão muito simples: o projeto político deles está desbarrancando em razão de uma estratégia baseada em perseguição à aqueles que possuem posição política contrária.

Estão atônitos com a manifestação da população via levantamentos internos que hoje colocam o MDB como o principal adversário do prefeito petista Bira Vasconcelos, favorito a se reeleger. Os emedebistas já haviam rachado com a dupla pai e filho em razão da má distribuição dos cargos pelo novo governo. Agora, os antigos aliados não desejam dialogar com eles também porque estão mais bem avaliados e demonstram que, mesmo em uma possível reconciliação, não abrirão mão da cabeça de chapa.

A minha retirada das rádios agrada a essa gente por uma razão também muito simples: eles sabem que a troca de ideias, as discussões e a informação imparcial encoraja a sociedade a mudar aquilo que se mostra como ineficiente para a cidade, como é o caso do próprio mandato do deputado, que mesmo tendo sido renovado não mostra resultados produtivos, em minha opinião, mas que logo a própria sociedade terá uma nova chance de se manifestar a respeito, quando o pupilo do parlamentar disputar a prefeitura.

Eles sabem que a liberdade de expressão limita o abuso de poder que tem se manifestado em Xapuri pela caça a pessoas que ocupam cargos provisórios nos órgãos estaduais, a maioria com remuneração em torno de um salário mínimo, para serem substituídas por paus mandados dessas figuras que, com esse comportamento, apenas têm cultivado a ojeriza e a repugnância de muita gente, além de jogar pra baixo a popularidade do governo que dizem defender. Setores do governo estão sendo transformados em verdadeiros currais e o que eu denuncio aqui não é nenhuma novidade. Todo mundo sabe disso.

A verdade é que essa manifestação pornográfica de perseguição política tornou Xapuri menor. A grandiosidade que a cidade possui por sua história, pela tradição de formar grandes brasileiros, por ainda ser um dos lugares mais pacatos do Acre, de gente honesta e ordeira, está sendo substituída pela pequenez da ambição política, pela perda de valores morais, como o caráter e o respeito pelas pessoas, pela arrogância e prepotência de gente que possui sérios problemas de baixa autoestima e que busca sanar a falta de amor próprio praticando tiranias com base em um suposto poder ilusório e efêmero.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A mediocridade

A mediocridade não suporta o espelho fiel. É incômodo se enxergar. O bajulador é ardiloso, covarde e cretino. Ele prevarica, atraiçoa, mente, denigre, prejudica, inveja, tudo faz por não se ver. Quando a cara de pau encontra um chefe que se alimenta de mentira e se afeiçoa com ele... o resultado é desastroso, covarde, espúrio, controverso. Nada mais deplorável que a perseguição, ela é o retrato da incompetência. Tudo passa, mas passa lento quando magoa.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Farinha pouca, o pirão deles primeiro

Meses depois de ser homenageado como um daqueles que singelamente contribuiram com a história da Rádio Difusora Acreana, por meio de sua "afiliada" em Xapuri, a Rádio Educadora 6 de Agosto, a Secretaria de Comunicação do Acre, sem dar nenhuma explicação ou justificativa, me afastou da emissora, nesta quinta-feira, 30, depois de 31 anos de serviços prestados, dos quais 26 pelo Estado do Acre.

A razão da minha devolução à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), de onde se originam os Gestores de Políticas Públicas como eu sou desde o ano de 2006, não é complexa de se desvendar e se relaciona com um grupo político de Xapuri que não vê com bom olhos o trabalho que faço na comunicação. Mordem-se e espezinham por não conseguir me dobrar às suas vontades político-eleitoreiras como outros tantos fazem a troco de um cargo comissionado ou de uma medalha. 

Acreditam que me tolhendo daquilo que faço por amor e ofício tirarão uma pedra de seus caminhos sinuosos. Creem que me calarão com uma perseguição tão baixa e atroz que os torna capazes de sair de Xapuri para fazer fofocas e intrigas de um servidor público para membros de um governo que têm tantos problemas a resolver. O nível ao qual essa gente se propôs descer é tão degradante quanto vergonhoso. Coisa de quem vive se esgueirando pelas sarjetas sem ter a coragem e muito menos a hombridade de olhar no olho daqueles a quem puxam o tapete.

Estão em desespero por conta do desprestígio e da antipatia popular que lhes bate à porta como resultado da estratégia tosca da "farinha pouca, meu pirão primeiro". Lamento pelo  governo que se apequena ainda mais ao dar azo à perseguição política e ao cerceamento da liberdade de expressão que o próprio governador evoca em seus discursos, e deploro a fraqueza de se ceder a um tipo de jogo que tanto foi criticado em um passado recente por aqueles que hoje o praticam sem nenhuma cerimônia.

De minha parte, seguirei sendo o servidor compromissado que sempre fui, esteja em qual trincheira estiver. Talvez eu até agradeça aos meus algozes, no futuro, pela mudança de rumos ou pelas novas oportunidades e aprendizados que certamente surgirão em outras áreas do serviço público. Mas jamais deixarei de lado o jornalismo, a comunicação e a verdade que, mais do que nunca, estará sendo dita e mostrada a quem por ela se interessar.

Um amigo me aconselhou a ficar sentado à beira do barranco e esperar o barco passar. Seguirei o conselho. Aguardarei calmamente, olhando o balançar das águas, o barulho do motor desaparecer na curva do rio. E isso não haverá de demorar. Deixarei que se refestelem no seu pirão repugnante, na certeza de que a farinha um dia acaba.