Há exatamente 107 anos, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, bolivianos e brasileiros se reuniam para, de uma vez por todas, resolver a situação de um pedaço de terra de, na época, 181 mil km². Localizado na fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru, o território já havia sido palco de guerras, destituição de poder político e assassinatos.
Participaram das negociações do chamado Tratado de Petrópolis os brasileiros Barão do Rio Branco e Assis Brasil e os bolivianos Fernando Guachalla e Claudio Pinilla. O primeiro, considerado peça-chave nas negociações, foi homenageado pelos acreanos com a fundação da Vila Rio Branco, mais tarde cidade de Rio Branco, a capital do Acre.
Após a assinatura do tratado, a Bolívia, em troca, recebeu uma quantia de 2 milhões de libras esterlinas e anexou a seu território terras brasileiras do Estado do Mato Grosso. O Brasil se comprometeu ainda em construir a estrada de ferro Madeira Marmoré, para auxiliar o escoamento da produção boliviana pelo Amazonas.
As negociações que levaram à assinatura do tratado marcaram o retorno da diplomacia entre Brasil e Bolívia, impactada devido à disputa pelo Acre. Outra contribuição foi a demarcação da fronteira entre os dois países. Mais tarde, o Peru também participa das diplomacias, que contribuem para a delimitação da sua fronteira com o Brasil.
Desaparecia, em 17 de novembro de 1903, uma região que, em um intervalo de menos de dez anos, já havia sido boliviana, brasileira e até mesmo independente. Surgia, nesta mesma data, um Acre definitivamente brasileiro - transformado, no ano seguinte, em território federal por meio da lei 1.181, sancionada no dia 25 de fevereiro.
Fonte: Portal da Amazônia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário