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sexta-feira, 29 de março de 2013

Corrente da ignorância

Vergonha

Muita gente que se diz instruída tem entrado na onda de uma corrente propagada na internet contra o auxílio-reclusão, o benefício pago pelo governo aos dependentes dos segurados do INSS que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto.

Se dessem uma rápida espiada no Google antes de compartilhar todas as bobagens que veem no Facebook evitariam contribuir com a difusão de mais uma das muitas informações fantasiosas e distorcidas que permeiam a grande rede.

O governo não está dando nada a ninguém pagando o auxílio-reclusão aos presidiários, muito menos a população está sendo garfada em razão dele. Recebe o benefício aquele que contribuiu com a previdência social antes de ir para o xilindró.

Outra cretinice é acreditar que o valor do “auxílio” – R$ 971,78 – seja multiplicado pela quantidade de filhos do preso. A família do beneficiário recebe o valor único que é suspenso com a progressão para o regime aberto ou em caso de fuga.

Também é lenda urbana que todos os presidiários do país sejam beneficiados pelo “bolsa-bandido”. De acordo com Ministério da Justiça, das 549.577 pessoas que encontravam-se detidas em julho de 2012, apenas 35.937 recebiam o benefício.

Isso quer dizer que, ao contrário do que pensa grande parte da população, o auxílio-reclusão é pago a apenas 6,5% dos presos brasileiros. Não é pouca gente, mas não chega perto daquilo o que as tais correntes levam os mais incautos a acreditar.

Se o auxílio-reclusão é justo ou não é uma outra questão a ser discutida, mas combatê-lo com base na desinformação certamente não é o melhor caminho. Clique aqui para conhecer a legislação específica e mais detalhes sobre o assunto.

2 comentários:

  1. Tenho recebido inumeras destas mensagens e que mais me incomoda é mesmo como meus amigos reproduzem a mensagem sem ao mesmo buscas saber se é verdade, e como funciona o beneficio... é uma pena.

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  2. Tenho recebido inumeras mensagens desta e fico supreso como as pessoas reproduzem mentiras sem se darem ao trabalho de buscar mais informações. É uma pena.

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