sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ação civil pública contra Viana



Nayanne Santana

Desde sua saída da prefeitura de Xapuri o ex-prefeito Wanderley Viana tem causado problemas a Bira Vasconcelos (PT), o atual prefeito. Viana deixou a máquina administrativa completamente destruída após sua gestão e saiu da prefeitura inadimplente com vários ministérios federais.

Atualmente, Xapuri corre o risco de perder vários convênios federais por conta da ineficiência de Viana.

Em entrevista ao jornal A TRIBUNA, Bira Vasconcelos informa que convênios, como o Bolsa-Família, Calha Norte, Saúde da Família e, inclusive, os repasses para a merenda escolar, estão comprometidos.

“O prefeito anterior não repassou dados relacionados à saúde, à educação e a outros setores aos ministérios e, para evitar que eu seja responsabilizado por esses atos e também a população de Xapuri não seja prejudicada injustamente, nós decidimos entrar com uma ação civil pública contra o ex-prefeito”, afirmou Vasconcelos.

Na quinta-feira, dia 26, foi anunciado que 895 municípios correm risco de ficar sem o repasse financeiro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação. No Acre, Xapuri e Manuel Urbano fazem parte da lista de municípios que podem ficar sem o repasse.

Vasconcelos assegura que, para garantir a alimentação nas escolas municipais de Xapuri, efetuou a compra de merenda escolar com recursos próprios, mas reconhece que a compra não será suficiente para abastecer as escolas durante o período necessário.

“Nós informamos ao Ministério da Educação que o prefeito anterior não apresentou a documentação necessária para que o repasse fosse efetuado, mas garantimos que nós vamos providenciar tais dados para que a nossa gestão não seja prejudicada”, declarou.

O prefeito petista conclui dizendo que fará o possível para que o município e seus habitantes não sejam mais uma vez afetados pela ineficiência de Wanderley Viana.

“Ele [Viana] só fez isso porque sabia que não ia mais trabalhar como prefeito, por isso deixou de repassar as informações ao governo federal, comprometendo os repasses que são feitos ao município. Mas nós vamos lutar para que os repasses continuem sendo enviados a Xapuri e, o que podemos fazer, estamos fazendo”, concluiu o prefeito.

A reportagem da TRIBUNA tentou entrar em contato com o prefeito Manuel Almeida, de Manuel Urbano, mas ele não foi encontrado para informar quais alternativas ele buscará para que o município não fique sem os repasses de verbas federais.

A velhinha de Itajaí

Quem será que cria aquelas propagandas de lojas de varejo que infestam a televisão? Aquelas coisas tipo Casas Bahia, Lojas Marabras, Lojas Mariza e outras que ocupam um espaço publicitário gigantesco com tanto mau gosto? É sempre a mesma coisa: um sujeito pretensamente simpático ou um casal jovem e risonho falando alto e rápido sobre as maravilhas daquele jogo de sofá que só amanhã você pode comprar em cento e trinta e duas parcelas de oito reais e oitenta centavos...

Busquei na memória e vi que sempre foi assim. Os mais antigos lembrarão da quinzena de tapetes do Mappin. Dos ternos da Ducal. Das Lojas Brasil, onde "você leva o Brasilino de presente"... (Aliás, há anos tento encontrar um boneco do Brasilino pra comprar e não acho. Você sabe onde tem?)

Pois no final de 2008 durante um telejornal assisti chocado às imagens das inundações em Santa Catarina. Uma tragédia imensa e - como a maioria das tragédias brasileiras - previsível. Pessoas perdendo parentes, perdendo casas, perdendo tudo... Uma das cenas, em Itajaí, mostrava uma velhinha voltando para casa e vendo seus móveis, televisão, geladeira, tudo destruído. A expressão daquela senhora tinha a dor da desesperança que só as tragédias conseguem forjar. Doeu em mim. A última imagem mostrou-a desolada, olhando seu jogo de sofás, que ela dizia que tinha acabado de comprar, coberto de barro. Destruído.

Pausa para o comercial.

Casas Bahia. Um sujeito histriônico, de paletó vermelho, cabelo e sobrancelhas pintadas, rosto de plástico, falando alto, quase perdendo o fôlego e mostrando as ofertas imperdíveis enquanto ao fundo uma horda de consumidores fingia comprar tudo que podia. Entre as ofertas imperdíveis, um conjunto de sofás parecido com o da velhinha de Itajaí... Em seguida vem o anúncio do automóvel que eu tenho que comprar. E depois do celular que vai resolver todos os meus problemas. Então vem aquele banco que é o melhor lugar do mundo. Todos repletos de mulheres maravilhosas, homens jovens e sorridentes, crianças inteligentes e velhinhos pensando que têm trinta anos de idade. Uma maravilha.

Volta o noticiário.

Gente morrendo na troca de tiros durante a invasão do morro no Rio de Janeiro. E agora ao vivo a repórter trazendo as últimas da inundação.

Dó...

Num instante estou no mundo real, entre tragédias e tiroteios, dor e sofrimento, refletindo sobre como tenho sorte em ser quem sou, morar onde moro e trabalhar onde trabalho. No instante seguinte sou jogado para outro mundo, onde passo a refletir sobre como é pouco o que tenho, como eu poderia ser melhor se comprasse aquela roupa, aquele carro, aquele celular. Então outra vez o mundo perigoso. E depois o mundo do glamour... E assim vai. Viajo sem parar entre dois mundos antagônicos, um renegando o outro. Vou dormir com a mente confusa. Não sei qual dos dois mundos venceu o "round" de hoje. E amanhã de manhã vai começar tudo outra vez: a velhinha perdendo o sofá e o moço vendendo um sofá.

Aqueles dois mundos antagônicos são representações do mundo real. Cada uma com um ponto de vista, um filtro, uma lente. O mundo dos noticiários quer nossa atenção, nos segurar até a chegada do mundo dos comerciais, que pretende que compremos! E os editores usarão de todos os recursos de drama, imagens, sons e edição para nos conquistar... No vaivém entre os dois mundos estão nossas escolhas. O que fazer com os estímulos que recebemos de cada um deles? Provavelmente arregalar os olhos diante das tragédias e voltar ao trabalho pra poder ir às compras.

É essa a rotina de nossas vidas, não é?

Mas tudo bem... Quem sabe alguém decide comprar nas Casas Bahia um sofá novo pra velhinha de Itajaí.

Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista.

E eu com isso?

Eduardo de Souza

Então o carnaval de Xapuri foi obrigado a finalizar as 3 da manhã? Sob alegação de segurança? Muito nobre da parte da polícia, acho que com essa imposição tentaram agir com boas intenções, não dá para pensar diferente, mas:... e eu com isso? Quando digo eu, me refiro ao folião que vai exclusivamente para brincar, se divertir, extravasar sua alegria, predisposto a ir até o finzinho da festa, brincar até o dia amanhecer, como manda a tradição secular do carnaval. O fato de um ou outro se exceder, arranjar confusão, as vezes de séria gravidade, também infelizmente, tem tradição secular, as duas coexistem desde os tempos imemoriais, fazer o que? Guardadas as devidas proporções, imagina o carnaval de Olinda, Salvador, terminando as 3 da manhã? No caso de Olinda, tem um bloco antigo e tradicionalíssimo, o "Bacalhau do Batata", que só sai na manhã de quarta-feira de cinzas, e aí? Experimenta parar aquilo lá as 3 da manhã? A violência grassa na nossa sociedade em todos os sentidos, mas se nos curvarmos a ela dessa maneira, melhor vivermos em guetos de pseudo segurança. Lá na minha terra Potiguar, essa idéia de "fechar o boteco" as 3 da manhã, nunca funcionaria, nem lá, nem em lugar nenhum isso devia acontecer, a não ser que fosse consenso entre os foliões, o que duvido muito. Deve haver uma maneira de resolver essa parada, como voce sugeriu, com muita conversa entre os interessados. Orgãos de segurança, quero acreditar, sempre tem boas intenções, mas as vezes optam por caminhos mais fáceis em detrimento a outras opções e/ou direitos adquiridos, o direito de brincar até o dia "raiá", na boa. Não vamos impedir o palhaço de brincar, nos fazer sorrir, proibindo-o de usar aquele nariz de tomate.

Eduardo de Souza é potiguar de nascimento e xapuriense de coração. Aqui, foi professor de língua inglesa e cirurgião dentista durante 12 anos. Hoje, exerce apenas o segundo ofício na capital acreana.

Explosão mata agente federal em Manaus

Do G1, em São Paulo, com informações da TV Amazonas

Um agente da Polícia Federal morreu em uma explosão no prédio da Superintendência da PF em Manaus, nesta sexta-feira (27), segundo confirmou o secretário de Justiça do Amazonas, Carlos Lélio Lauria.

A explosão ocorreu no laboratório, onde eram mantidos produtos químicos. Segundo a PF, uma pessoa que estava na sala ao lado do laboratório teve ferimentos leves. Além da vítima fatal, outras duas pessoas estavam no local onde ocorreu a explosão e ficaram gravemente feridas.

Segundo os bombeiros, os feridos foram encaminhados ao Hospital 28 de Agosto, com queimaduras pelo corpo.

Peritos da Polícia Civil e da Polícia Federal estão no local para investigar as causas do acidente. De acordo com a assessoria da PF, a suspeita é que a explosão tenha sido causada por um acidente de trabalho, durante manuseio de material laboratorial. Não há indícios de atentado.

Sete presos estavam na sede da PF no momento do ocorrido. Eles foram transferidos para o Instituto Penal Antônio Trindade.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Canibalismo e Nazismo no Acre

O Acre é realmente uma terra folclórica. Aqui acontece de tudo. Histórias comparáveis aos melhores roteiros de cinema trash são comuns - algumas muito reais e outras puro fruto de imaginações férteis - e que, não raro, ganham destaque com tons realistas na imprensa estadual causando assombros e desmentidos em outros cantos.

Destaque para o nosso bem real "massacre da serra elétrica", cujo protagonista luta para ser julgado em separado dos demais acusados da barbárie (leia aqui), e, mais recentemente, uma denúncia desmentida por antropólogos e líderes indígenas de que um grupo de índios Kulina praticara ato de canibalismo contra um homem branco (veja aqui).

A última vem do site Ac24horas, do jornalista Roberto Vaz. Em uma reportagem assinada por Wania Pinheiro, um jovem afirma ter sido atacado por uma gangue nazista no bairro João Eduardo, em plena capital seringueira (confira aqui). Segundo a vítima, os bandidos gritavam palavras nazistas e um deles possuia em um dos braços um símbolo do Terceiro Reich.

Por falar no assunto, acaba de ser confirmada na Suíça a farsa da brasileira Paula Oliveira, que afirmou ter sido atacada por neonazistas naquele país (aqui). A brasileira, que admitiu ter se automutilado foi indiciada por formular uma denúncia falsa e está impedida de deixar o país.

Por aqui, nos resta torcer para que não sejamos, de repente, abduzidos por extraterrestres de Marte ou Saturno ou ainda, quem sabe, soframos um ataque do Jason Voorhees, da série Sexta-feira 13, cujo último episódio acaba de ser lançado nos cinemas.

Bolsa-família continua em Xapuri



Golby Pullig - Agência de Notícias do Acre

Os beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) não serão afetados diretamente pela falta de registro de informações sobre o monitoramento da saúde, fato que inviabiliza o repasse de recursos de gestão para o município. O benefício será pago normalmente a cada família atendida pelo programa. Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), 344 cidades brasileiras, entre elas Xapuri e Rodrigues Alves, no Acre, deixaram de informar pelo menos 20% dos dados sobre a saúde das famílias atendidas pelo Bolsa Família referentes ao último semestre de 2008, como índice de vacinação infantil e acompanhamento pré-natal.

O prefeito de Xapuri, Francisco Ubiracy de Vasconcelos, o Bira, disse que a prefeitura irá cobrir com recursos próprios o déficit ocasionado pela suspensão dos recursos que bloqueiam os convênios do programa Saúde da Família, por exemplo, no valor de R$ 4.490. "Estas são sequelas da administração anterior. A partir de agora estamos enviando as informações corretas ao MDS e realizando ações para corrigir essa falha. Mas é importante ressaltar que ninguém vai deixar de receber o benefício", afirma Bira.

Em Rodrigues Alves são 1.017 famílias atendidas, cujos benefícios somam R$ 113.006. Na cidade, o prefeito Francisco Ermilson, o Burica, também garantiu que o repasse continuará sendo efetuado normalmente.

Ao informar corretamente os dados referentes ao primeiro semestre deste ano, a partir de agosto as prefeituras começam a receber novamente os recursos para a execução do programa em seus municípios. Em Xapuri, das 1.625 famílias que têm o perfil do programa, 209 precisam ter o cadastro atualizado. Para isto, uma equipe composta por técnicos da Secretaria de Desenvolvimento para a Segurança Social (SEDSS), funcionárias da Caixa Econômica Federal e servidores da prefeitura fazem nesta sexta-feira, 27, uma ação para o recadastramento destas famílias.

O Índice de Gestão Descentralizada (IGD) é usado como referência para o cálculo do montante a ser repassado às prefeituras. É o responsável por avaliar, a partir de um número indicador que varia de 0 a 1, como está sendo executado o PBF nos municípios. A intenção é melhorar a qualidade do programa. Desde agosto de 2008 só recebe os recursos para a gestão do programa, quem alcançar 0,55 do índice geral. É preciso atingir ainda 0,2 nos indicadores de freqüência escolar, cadastro válido e atualização cadastral, com exceção do monitoramento de saúde.

Programa no Acre

No total, 55.249 famílias acrianas são beneficiadas. Uma contrapartida do Governo do Estado, repassada por meio do programa Adjunto da Solidariedade, garante que nenhuma família no Acre receba valor menor que R$ 60. A complementação para 10.941 famílias tem valor mensal de R$ 298.798,00.

O casal Francisco Valério de Araújo Cunha e Derla Lima, que tem quatro filhos, diz que o benefício ajuda e muito a família a manter as três crianças maiores da escola. O dinheiro ajuda a comprar farda, material escolar, sapato. "A criança gasta muito quando está na escola", avalia a mãe.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Acre lidera analfabetismo entre eleitores no Norte

No Acre existem 67.993 eleitores analfabetos, o que representa 15,34% dos poucos mais de 200 mil eleitores do estado.

A julgar pelos números disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base nas últimas eleições de outubro de 2008, muito ainda precisa ser feito na terra de Chico Mendes para combater um dos grandes males da sociedade brasileira, o analfabetismo.

Segundo levantamento feito pelo jornal acreano A Tribuna, o percentual de eleitores analfabetos no estado é bem superior a média registrada na região Norte, 8,38%.

Nos vizinhos estados do Amazonas e em Rondônia as médias chegam a 7,88% e 6,95%, respectivamente. No Pará, foram registrados 380 mil eleitores analfabetos, o que representa 8,47% do total de votantes.

O campeão em números de eleitores analfabetos no Acre é o município de Jordão, que recentemente foi elevado à categoria de município. No local, 41% dos eleitores são analfabetos.

Para o prefeito do município, Hilário Melo (PT), o primeiro eleito pelo voto popular, Jordão precisa evoluir em vários indicadores sociais, a educação é apenas um deles. O prefeito promete não medir esforços para diminuir esse indicador.

Situação crítica também é encontrada em Tarauacá, onde 34,08% dos eleitores são analfabetos. O município já foi o centro administrativo de Jordão. Feijó é outro com alto índice de eleitores sem escolaridade (33,75%).

A capital Rio Branco registra 15.535 eleitores analfabetos, um índice 7,69% do total de eleitores, ou seja, o menor índice do estado. Epitaciolândia com 12,64% é o segundo com menor índice.

Diante dos números, o TSE já planeja realizar parcerias com os municípios para implementar programas de erradicação do analfabetismo entre os eleitores. No Pará, por exemplo, a justiça eleitoral já busca convênios com os prefeitos.


Fonte: Portal Vermelho

O objetivo do Carnaval

Recebo email do capitão Denílson Lopes, comandante da Companhia de Policiamento Ambiental de Xapuri, cujo título é: Qual o objetivo do Carnaval? Gerar alegria ou encher presídios?‏ O oficial se refere a comentário meu, publicado neste blog, onde critico suposta intenção da Polícia Militar em encerrar os bailes carnavalescos às 3h00m da manhã sob a argumentação de que a partir deste horário aumentam as ocorrências policiais. Ele reclama, com certa razão, do fato de eu não haver consultado a versão da polícia antes de abrir o bico, atribuindo a mim, nas entrelinhas, ato de parcialidade jornalística.

Mas, como diz o dito popular, antes tarde do que nunca, vamos às explicações do comandante. O capitão Denílson esclarece que nos últimos anos o pedido da polícia é para que os bailes sejam encerrados às 3 horas da manhã nas três primeiras noites – já que em Xapuri ocorre a chamada quadra carnavalesca – e às 4 horas na última noite. Neste ano, em que os bailes foram encerrados às 03h30m da manhã nas primeiras noites e 06h30m na última, o número de ocorrências, segundo ele, disparou com relação ao ano passado.

Num comparativo simples, o comandante informa que em 2008, na última noite de Carnaval – encerrada às 4h00m da manhã – houve o registro de apenas 5 prisões contra 27 em 2009. No total foram 68 prisões durante o Carnaval. Esse raciocínio me leva a entender que para o capitão Denílson existe uma relação direta entre a ampliação do horário dos bailes com o aumento das ocorrências policiais e que o remédio para isso é encurtar o tempo de diversão dos brincantes. O Carnaval é o culpado e o folião paga a conta em nome daqueles que saem de casa com a intenção de causar problemas.

Então, fica claro que o que eu critiquei foi esse raciocínio, que pode fazer algum sentido do ponto de vista do senso comum, mas em minha opinião ilógico em uma observação mais apurada. A sociedade não pode viver refém da violência e dos criminosos, vândalos e outros tipos de imbecis que se empenham em perturbar a ordem pública. Não vejo problemas no fato de a delegacia amanhecer o dia lotada, isso significa que a polícia agiu com rigor e eficácia. Ruim é quando se registra mortes ou tentativas de homicídio, o que não ocorreu nesse Carnaval.

Sou da opinião de que os horários de encerramento dos bailes carnavalescos devem ser discutidos previamente pelos organizadores, polícia, justiça, et cetera. Uma vez definidos os horários, que sejam cumpridos e ponto. O folião já sairá de casa sabendo quando a folia termina. Só não concordo com a posição de conformismo diante da violência, atribuindo-se a este ou aquele fator as razões para sua ocorrência deixando-se de lado o diuturno empenho no seu combate e coibição.

Reconheço o empenho da Polícia Militar de Xapuri no combate à criminalidade, bem como os bons resultados obtidos nos últimos tempos em razão dessa determinação. Agora, acho que existe um despreparo em lidar com a crítica, instrumento tão salutar dentro do estado de direito em que vivemos. Não posso ser tachado de parcial pelo simples fato de expressar um pensamento divergente de qualquer outro. Não sou obrigado a consultar ninguém antes de fazer uma crítica a uma posição já tida como pública, como foi o caso desta, confirmada pelo comandante.


Não vivemos, felizmente, debaixo de nenhuma ditadura – muito menos da informação. Aliás, a informação, a crítica, o bom debate de ideias, é que nos tiram das trevas do pensamento retrógrado. A liberdade de pensamento e de expressão são das poucas coisas realmente úteis que nos garante a Constituição. Estou aberto para esse debate, sempre deixando claro que este espaço é amplamente democrático e está à disposição de todos que desejarem expor aqui o que pensam ou o que acham deste ou daquele tema. É só clicar aí embaixo e comentar.

Do blog do Josias de Souza

Igreja proíbe deputado de atuar como padre na PB



Até esta quarta-feira (25), o deputado federal Luiz Couto (PT-PB) dividia-se entre o exercício do mandato parlamentar e o sacerdócio.

Padre desde 1976, Couto celebrava missas aos sábados e domingos na paróquia de São José Operário, em João Pessoa. Porém...

Porém, Dom Aldo di Cillo Pagotto, arcebispo da Paraíba,
cassou de Couto o direito de atuar como sacerdote da Igreja.

Além das missas, o deputado está agora formalmente proibido de celebrar batizados, casamentos ou qualquer outra atividade própria de um padre.

A mão de ferro do arcebispo paraibano pesou sobre Luiz Couto depois que o deputado concedeu uma entrevista.

Falou ao
sítio brasiliense "Congresso em Foco". E teve as declarações reproduzidas num jornal da Paraíba: "O Norte".

Na boca de um deputado, as palavras de Couto soaram sensatas. Nos lábios de um padre, ecoaram polêmicas.

O deputado-padre declarou-se contrário ao celibato –"Não tem fundamentação bíblica. Deveria ser optativo"...

Manifestou-se a favor dos preservativos –"Defendo o uso da camisinha como uma questão de saúde pública..."

Atacou a discriminação aos homossexuais –"Devemos lutar no dia-a-dia contra o preconceito e a intolerância".

Não produziu nenhuma ofensa ao senso comum. Longe disso. Mas buliu com uma trinca de dogmas da Igreja.

O Vaticano, como se sabe, tem sólidas e divergentes posições sobre o casamento de padres, a contracepção e a união de seres humanos do mesmo sexo.

Para devolver ao deputado petista as atribuições de padre, Dom Aldo di Cillo Pagotto exige "retratação". Eis o que escreveu o arcebispo, em nota:

“Preposto à Arquidiocese da Paraíba, vejo-me na grave obrigação de suspender o referido sacerdote do uso de Ordem em nossa circunscrição eclesiástica...”

“...Porquanto, por suas afirmações sumárias, e enquanto perdurem sem retratação explícita, provoca confusão entre os fiéis cristãos...”

“...E contraria ‘in noce’ as orientações doutrinais, éticas e morais sustentadas pela Igreja Católica".

Como deputado, Luiz Couto rendeu homenagens ao bom senso. Como padre, frangou um sábio mandamento de Carlos Heitor Cony.

Ex-seminarista, Cony ensinou: "Ser católico não é para quem quer, é para quem pode".


Josias de Souza é colunista da Folha de São Paulo.

Projeto Cartografia da Amazônia

Sipam libera mais R$ 5,9 milhões

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) repassa hoje (26) R$ 5,9 milhões à Aeronáutica, Exército, Marinha e ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Os recursos são destinados à execução do projeto Cartografia da Amazônia, relativo ao primeiro trimestre de 2009. Deste total, R$ 3,4 milhões serão destinados ao custeio das operações e R$ 2,5 milhões a investimentos necessários ao início de uma parte do trabalho, como a compra de navios e equipamentos para atualizar a cartografia náutica das principais hidrovias da região, garantindo maior segurança na navegação. Dos R$ 350 milhões do Projeto, já foram liberados 68,5 milhões.

Segundo o diretor-geral substituto do Sipam, Wougran Galvão, cada uma das instituições desenvolve uma parte do mapeamento que permitirá ao Brasil conhecer os 1,8 milhão de quilômetros quadrados da Amazônia que não possuem informações cartográficas terrestre, náutica e geológica (Amazônia possui 5,2 milhões de quilômetros quadrados). “Informações prévias repassadas pelas instituições mostram que o Exército e a CPRM são as que mais avançaram neste processo. As demais instituições, como é o caso da Marinha, estão licitando a compra de embarcações e equipamentos que possam dotar as entidades dos meios necessários para iniciar seu trabalho”, explica Galvão.

O mapeamento terrestre iniciou no segundo semestre do ano passado na Cabeça do Cachorro, no Amazonas. Em cinco meses, o Exército mapeou 158 mil quilômetros quadrados da Amazônia, o que equivale a todo o Estado do Acre ou 27 vezes o tamanho do Distrito Federal. As condições meteorológicas desta época do ano atrasaram um pouco o cronograma inicial, pois as chuvas prejudicam a captura das imagens, bem como o deslocamento das equipes por terra.

Uma equipe de 25 militares é encarregada de instalar os refletores no meio da mata, em coordenadas pré-determinadas. Orientada por GPS, a equipe chega até o ponto exato (que é cruzamento dos graus inteiros de longitude e latitude) e fixa no solo, no entorno deste local, nove refletores, com distância mínima de 500 metros entre eles. Cada equipamento mede 1,4 metro de diagonal, pesa nove quilos e tem a forma de uma pirâmide.


Depois da coleta aérea das informações, os militares transportam todo o equipamento para outro ponto que, em linha reta, seria de aproximadamente 111 quilômetros. Como o trajeto é feito pelos tortuosos rios amazônicos, com trechos pelo meio da selva, essas distâncias são bem maiores e o tempo necessário também varia muito, dependendo das condições de acesso e da meteorologia. Até agora, o Exército já percorreu onze pontos, instalando e desinstalando 126 refletores. Ao término do trabalho, serão percorridos 250 pontos. "É uma verdadeira operação de guerra", ressalta Galvão.

Lançado no ano passado, o Projeto deve concluir em cinco anos as cartografias terrestre, geológica e náutica da Região Amazônica. Neste período, o Governo Federal investirá R$ 350 milhões. O principal objetivo é acabar com os vazios cartográficos na Região e contribuir para o desenvolvimento e proteção da Amazônia. As cartografias vão auxiliar no planejamento e execução dos projetos de infra-estrutura como rodovias, ferrovias, gasodutos e hidrelétricas, além da demarcação de áreas de assentamentos, áreas de mineração, agronegócio, elaboração de zoneamento ecológico, econômico e ordenamento territorial, segurança territorial, escoamento da produção e desenvolvimento regional.

As informações ainda ajudarão no conhecimento da Amazônia brasileira e na geração de informações estratégicas para monitoramento de segurança e defesa nacional, em especial nas fronteiras. O trabalho é coordenado pelo Sipam, órgão ligado a Casa Civil da Presidência República, e os executores são o Exército, a Marinha, a Aeronáutica e o Ministério de Minas e Energia, através da CPRM (Serviço Geológico do Brasil).

Distribuição dos recursos para o 1ª Trimestre - 2009

Exército R$ 1,9 milhão
Marinha R$ 1,2 milhão
Aeronáutica R$ 2 milhões
CPRM R$ 732 mil

Informações: Assessoria de Comunicação Social do Sipam

Campanha da Fraternidade 2009



Lançada ontem, a Campanha da Fraternidade, realizada todos os anos pela CNBB - Congragação Nacional dos Bispos do Brasil -, teve início em 1964 com temas que diziam respeito apenas à Igreja. A partir de 1973, a CF começou a mostrar uma maior preocupação com a realidade social do povo brasileiro e os temas começaram a dar destaque a promoção da Justiça e a situações existenciais do povo brasileiro como a realidade sócio-econômico-política, marcada pela injustiça, pela exclusão e por altos índices de miséria.

O tema deste ano é: Fraternidade e Segurança Pública, e o lema: A Paz é Fruto da Justiça. Clique no link para ler o Texto Base da Campanha da Fraternidade 2009.

Chiquinho e sua turma

O Instituto Chico Mendes, presidido por Elenira Mendes, filha do líder sindical assassinado em 1988, vai realizar na primeira quinzena de março, em Xapuri, o lançamento do personagem Chiquinho, criado pelo cartunista Ziraldo em homenagem a Chico Mendes, e do livro “A História de Chiquinho”, voltado ao público infantil.

A proposta de Elenira Mendes é, após o lançamento do livro no Rio, durante a exposição “20 anos sem Chico Mendes”, no Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico, em homenagem ao legado e a vida do ecologista reconhecido mundialmente por sua luta contra o desmatamento na Amazônia, apresentar o personagem a estudantes do ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio da terra de seu pai e onde funciona a sede do instituto.


“Não teria sentido realizar o lançamento do personagem, criado especialmente por Ziraldo para apoiar as nossas ações na área de educação ambiental infantil, somente no Rio de Janeiro, por isso vamos fazer o lançamento também aqui em Xapuri”, disse Elenira Mendes.

Através dos personagens “Chiquinho e sua turma”, segundo Elenira, o cartunista Ziraldo aborda temas como sustentabilidade e cuidados com a natureza ao ilustrar a história da vida do líder ambientalista no livro. A idéia original é da própria Elenira Mendes, que tinha a preocupação de levar ao público infantil a vida de seu pai e a luta pelas reservas extrativistas.

Trata-se, diz a filha do ambientalista, “de um herói para as gerações futuras e que terá novas histórias criadas e lançadas nos próximos anos”, sempre contando com a parceria entre o Instituto Chico Mendes e o cartunista Ziraldo.

“ O personagem, assim como primeiro livro, foi criado para desenvolver ações que contribuam com a conservação ambiental e inclusão social, daí porque é tão importante fazermos o lançamento também em Xapuri”, diz Elenira.

A data do lançamento do livro em Xapuri ainda não foi definida, mas deve acontecer até o dia 16 de março e contará, provavelmente, com a presença de Ziraldo, da escritora Walquíria Raizer, além de alguns homenageados no livro, como Abrahim Farhat, o Lhé, o ex-vereador Raimundo Barros, primo de Chico Mendes, e a senadora Marina Silva, além do governador Binho Marques, do ex-governador Jorge Viana e do prefeito de Xapuri Ubiracy Vasconcelos.

“Estamos convidando as pessoas e dependemos da agenda de muitas delas, por isso ainda não fechamos uma data, mas a idéia é realizar o lançamento já na primeira quinzena de março em um escola da rede pública de Xapuri”, diz Elenira Mendes.


Fonte: Jornal Página 20

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Educação de mal a pior

Por Demétrio Weber, no jornal O Globo:

"A maioria dos alunos brasileiros está longe de saber os conteúdos previstos para a série em que estuda. Em 1.117 municípios, menos de 10% dos estudantes da 4ª série (5º ano) do ensino fundamental atingiram a aprendizagem que especialistas consideram adequada em língua portuguesa. Na 8ª série (9º ano), foram 2.015 cidades na mesma situação, segundo levantamento realizado pelo movimento Todos pela Educação.

O estudo considera as notas obtidas por alunos de escolas públicas urbanas em todo o país, em 2007, na Prova Brasil. O teste é aplicado pelo Ministério da Educação (MEC). Em matemática, o número de municípios onde menos de 10% dos estudantes dominam os conteúdos apropriados é ainda maior: 1.518 na 4ª série e 2.944 na 8ª.

O Todos pela Educação é uma ONG que reúne empresários, gestores e entidades educacionais, como Fundação Bradesco, Itaú, Gerdau, Odebretch e Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). O ministro da Educação, Fernando Haddad, e os ex-ministros Cristovam Buarque e Paulo Renato Souza estão entre seus sócios-fundadores.

Em dezembro, o Todos pela Educação divulgou as estatísticas nacionais e por estados. Na média, apenas 27,9% dos alunos da 4ª série atingiram a pontuação adequada em língua portuguesa (leitura); na 8série, 20,5%. Nos dois casos, o país não atingiu as metas traçadas pela comissão técnica do movimento."

Carnaval em Xapuri



Peruca esquisita e cara de felicidade do diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura e Desportos, Júlio Dias Figueiredo Filho, o professor Julinho, comandante-em-chefe da organização do Carnaval 2009 em Xapuri, ao lado da esposa Lucilene Daniel. A foto é de Haroldo Sarkis, diretor de Divulgação Social da prefeitura.

O motivo da alegria é o resultado da festa que alcançou o objetivo a que se propôs neste ano: proporcionar à população um Carnaval com o mínimo de organização, boa qualidade das bandas que se apresentaram, praça de alimentação com água corrente nas pias e banheiros à disposição dos brincantes.

O espaço onde foi realizado o Carnaval, livre do tosco barracão coberto de lona plástica, ganhou uma decoração simples mas bonita, com uma bandeira xapuriense estilizada com enfeites carnavalescos. Outros pontos positivos foram a valorização dos músicos locais, esquecidos nos carnavais dos últimos anos, e a realização de três bailes infantis.

É o que basta, além da garantia de segurança, para oferecer aos foliões um Carnaval digno da importância da festa. Nada mais fora de moda que um prefeito embriagado cantando marchinhas carnavalescas a encher o saco do público. Coisa do passado, se bem que nesse ano os cantores poderiam ter evitado tantas loas ao prefeito atual. Ninguém aguenta.

Segurança

A organização do Carnaval relamou da disposição da Polícia Militar em encerrar os bailes às 3:00 horas da manhã com o argumento de que a partir deste horário aumentam os registros de ocorrências policiais. Ora bolas, e o que é que a população tem a ver com isso? Que a polícia esteja de prontidão para dar conta das ocorrências e garantir a diversão do povo, afinal é para isso que a sociedade a paga.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Boy



Há cerca de quarenta anos nascia em Xapuri um movimento musical impulsionado pela Jovem Guarda e liderado por jovens que tinham anseios de revolucionar a música local. O grupo musical Os Siderais, criado em 1968, foi o pioneiro desse movimento em que, entre outros vários músicos, se destacava O Raimundinho Boy ou simplesmente Boy, hoje residente no município de Epitaciolândia, onde é funcionário do INSS.

Encontrei com o Boy no último sábado de Carnaval no Bar do Beleza, outra das grandes figuras da música xapuriense, depois de receber um telefonema do velho e bom João Macaquinho. E por falar em figura, Boy é uma figuraça, com seu estilo inconfundível de tocar e cantar que não esconde a grande paixão que o músico carrega pelo "rei" Roberto Carlos, de quem canta as músicas com rara habilidade e competência.



Na foto acima, aparecem, da esquerda para direita, o músico Boy, o bancário Aílton Menezes, este blogueiro - com algumas loiras geladas na cabeça - e o grande amigo João (Macaquinho).

Segunda-feira de Carnaval

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Folia com o dinheiro público

Veja desta semana:



"Da extensa lista das peculiaridades brasileiras, três itens se destacam: o samba, a jabuticaba e o PMDB. México e Argentina, para ficar em alguns exemplos, já penaram sob partidos tão fortes quanto corruptos, mas a agremiação nacional, a maior do país, é um caso à parte. Seu amor pelo dinheiro público – o nosso dinheiro, para ser mais exato – é tão grande, tão magnético, tão irresistível que o PMDB abdicou de almejar a Presidência da República, a aspiração suprema de qualquer partido político, para vender seu apoio a outras siglas e, assim, continuar a fazer negócios nos ministérios e demais repartições federais. Seja no plano federal, estadual ou municipal, o objetivo principal do PMDB tornou-se o mesmo: cair na folia com o dinheiro público, como se ele crescesse em jabuticabeiras".

Carnaval, dengue e crise



Muita gente vai deixar - acredito eu - de participar da folia em Xapuri como em anos anteriores em razão de duas presenças incômodas neste Carnaval: a dengue, que está atrapalhando os planos de muitos foliões, e a crise financeira, que parece já fazer seus efeitos por esse fim de mundo.

A primeira já acometeu um desconhecido mas certamente grande número de pessoas na cidade. O uso da pulverização de ultra baixo volume - o popular fumacê - em vários bairros denuncia que o índice de presença do mosquito transmissor é alto. No único hospital da cidade, é grande também o número de casos suspeitos registrados.

A falta de dinheiro é a grande reclamação entre as pessoas perguntadas das expectativas para o Carnaval 2009. O pagamento antecipado do funcionalismo estadual animou alguns, mas desagrada aos comerciantes da cidade que ainda dependem do velho fiado de caderno para manter o nível das vendas.

O temor é de que com o salário de fevereiro no bolso, as pessoas se empolguem na folia e se esqueçam de quitar seus débitos. A queda nas vendas é outro problema enfrentado pelo comércio nesse início de ano. Enquanto o IBGE aponta uma queda do varejo no Acre de 3,8% (veja), em Xapuri alguns comerciantes afirmam uma redução de 50% nas vendas.

Como Carnaval é carnaval, o amante da festa termina por dar o seu jeitinho para driblar os problemas e cair na folia sem culpas. Para muitos, dengue e pindaíba são peixes pequenos diante da grandeza da maior festa popular do planeta. Pelo menos até a quarta-feira de cinzas, dia de curtir a ressaca e calcular o prejuízo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Cuidado com as velocidades


Porque se não morrerem na estrada...
Morrem no banco do hospital.

E a alma agradecida se enternece...

José Cláudio Mota Porfiro

Um preceito básico cristão reza que o único e o maior de todos os deveres do ser humano é agradecer sempre a Deus, inclusive, pela força física que nos torna aptos a prover o sustento dos descendentes e, muito mais, pelo ar que respiramos. É São Gregório de Nissa, bispo católico dos primeiros tempos, o autor da assertiva acima. Cumpre agradecer, também, àquele irmão que se nos apresenta nas horas mais difíceis, em socorro da alma atribulada.

Desde algum tempo me fascina olhar para o passado, ver as pegadas logo atrás de mim e algumas figuras tão marcantes que houveram por bem observar que este ser humano que vos alinhava estas algaravias ainda pode - ou poderia - ser muito melhor aproveitado.

Alguns homens e algumas mulheres foram muito gentis, não apenas para comigo, mas também para com todos aqueles que ainda hoje os cercam, para o bem de toda uma comunidade composta, no mais das vezes, por pessoas com carências físicas e espirituais.

Já citei por aqui os nomes de algumas professoras e professores que ainda hoje me fazem pensar no quanto foi grandioso e me fez progredir apenas em vista do contato nas salas de aula... Essa Ducélia Mota Lopes ainda hoje me faz sentir um privilegiado em ter sido seu aluno, no Curso de Letras da Universidade Federal do Acre, nos primeiros passos de uma linguagem escrita da qual ainda sou mero aprendiz... E eu lembraria de uma dezena destes que fizeram da transmissão do conhecimento aos mais novos talvez a sua razão única de viver.

Medito cá com os meus miolos ainda rijos. Mesmo fora dos ambientes escolares ou acadêmicos, algumas almas prestaram-nos a feliz gentileza de passar ou de fazer, de alguma forma, parte das nossas vidas. Por isto, vem-me à memória uma espécie de reconhecimento indireto constante, este, sim, um ingrediente que nunca pode faltar nas relações sociais. A quantas almas eu devo tanto!...

Um dia, ainda nos anos sessenta, apareceu lá em casa, em visita política, o então Governador José Rui da Silveira Lino. Minha mãe não se fez de rogada e pediu uma bolsa de estudos para os meninos lá de casa no Colégio Divina Providência, particular. O grande cidadão deu as três bolsas, de oito anos cada, e mais um emprego de professora da zona rural para uma irmã mais velha, hoje falecida. À minha mãe, foi oferecido um afazer de merendeira. Ela quis, mas o meu pai não aceitou. Havia muitos filhos para serem criados. Havia a cozinha, o tanque. Não. Mulher de homem como o estivador jamais trabalharia para quem quer que seja. Certo é que, há poucos dias, encontrei a Regina Lino, a filha, e lhe disse o quanto senti a necessidade de agradecer essa gentileza ao próprio ex-Governador, quando ele ainda em vida... Ela se comoveu deveras...

Em 1974, eu já contabilizava dezesseis invernos drásticos de vida bem vivida, segundo permitia a divina providência que emprestava ao estivador e à lavadeira, lá de casa, força suficiente para a aquisição dos víveres com que nos sustentavam. Já houvera concluído o curso ginasial, de onde me houvera saído muito bem. As notas ficaram lá em cima. Simplesmente, eliminei todas as disciplinas com a média sete e mamãe ficou felicíssima.

Às vezes, papai gostava de fazer alguns comentários bastante elogiosos relativos a mim, em meio às rodas de amigos, ali pelo porto do Zaire, em Xapuri... Numa dessas ocasiões, a conversa houve por bem chegar aos ouvidos de um dos dignitários da comunidade, comerciante bem posicionado, o Henrique da Costa Galo, irmão de Marinho da Costa Galo, meu aplicado professor de História Geral. Ele se tomou de uma certa compaixão pelo fato de os meus resultados escolares serem tão positivos e as posses dos meus pais não permitirem ir muito adiante nos estudos.

Era noitinha e o meu pai já entrou em casa preocupado. É que o senhor Henrique Galo, filho de portugueses legítimos - Manuel e Alexandrina - havia mandado me chamar ao escritório da Casa Galo. Mamãe pensou tratar-se de um emprego que poderia ser arranjado, e isso seria muito bom porque eu, desde os onze anos, já os ajudava nas despesas de casa, engraxando sapatos, vendendo mingau e quibe, trabalhando e colaborando, como fiz até depois do desaparecimento do estivador.

Da porta do escritório cumprimentei o bom homem. Entrei, sentei e ele, gentilmente, me ofereceu, talvez, um chocolate em barra. Aí pegou, do meio de uma papelada, um folder da Academia Militar das Agulhas Negras, de Guaratinguetá, São Paulo, e me disse que aquela era a minha chance de ser alguém na vida.

- Eu posso ajudar com as passagens e o enxoval - roupa e apetrechos de cama, de banho e algum vestuário... Depois você já será um oficial do exército brasileiro... Em três anos de estudos...

Findei não aproveitando a oportunidade. O estivador havia contraído o diabetes que o transportaria para o outro mundo em 1996. Eu, muito responsavelmente, resolvi ficar no Acre. Preocupava-me o pai doente e, ademais, lá em casa, ainda haviam três irmãos menores, mais novos, e minha mãe não teria meios de provê-los do sustento caso o estivador, à época, viesse a morrer.

Hoje eu revivo aqueles bons tempos de gente tão boa. Por isto, a este benfeitor inesquecível, ao Henrique Galo, deixo aqui registrado o meu agradecimento e digo que, aos incapazes da gratidão, nunca faltarão pretextos para não tê-la.

*Cronista, ensaísta, poeta, escritor, pesquisador, professor, filósofo, fisiculturista e dublê, de Xapuri.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Valeriobloco

Enjoo e mal-estar

Leonildo Rosas



Na Praça do Senadinho, no coração de Rio Branco, um grupo de pessoas distribui dois materiais que estão relacionados à proteção. O primeiro é um panfleto ensinando como se proteger contra a dengue. O outro são camisinhas produzidas em Xapuri.

O curioso é que ambos têm relação entre si. O efeito da picada do mosquito Aedes aegypti é imediato, causa febre, vômito, dor de cabeça e pode levar à morte. A outra, que acontece com maior frequência no calor do carnaval, também causa enjoo e mal-estar.

O diferencial da segunda é que o resultado sem o uso do preservativo vem após nove meses em forma de uma nova vida.

◙ Enjoo e mal-estar? Só se for em você, Leonildo.

Maldade



Nota do jornalista Leonildo Rosas sobre o adereço incorporado ao visual do colega Leônidas Badaró:

"Natural de Xapuri, o repórter Leônidas Badaró passou, recentemente, a ostentar um brilhoso brinco na orelha esquerda.

Dizem que o moço da terra da caxinguba espera se acostumar com o ornamento para furar do lado direito.

Os mais maldosos espalham que o rapaz, para fazer jus à terra natal, pretende dividir a coleção com a pequena filha Laís, que nasceu recentemente.

Badaró, realmente, está mais alegre".

Minha opinião: Pura maldade.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O melhor do Norte



Com a decadência dos paraenses, a torcida do Rio Branco-AC tem até certa razão em proclamar o time como o melhor da Região Norte. Campeão estadual em seis dos últimos sete anos, deu um banho nos rivais na Série C de 2007 e 2008 enquanto a disputa foi regionalizada.

Quando teve pela frente representantes de outras regiões, no entanto, o caldo desandou. O adversário do Santos nesta quarta-feira (às 21h50m) viu cair seu desempenho e perdeu a chance de devolver ao Acre um representante na Segundona do Brasileirão, o que não acontece desde 1991.

O presidente do Estrelão se recusa a acreditar em complexo de inferioridade ou mesmo na diferença técnica em relação a times de fora da Região Norte. Mas concorda com os protestos da torcida, que acha que o time vem deixando a desejar nos momentos decisivos. Por isso, resolveu contratar uma psicóloga.

E o Santos apressou o trabalho dela. Na verdade, foram o Santos e o combinado da cidade rondoniense de Extrema, que venceu um amistoso contra o Rio Branco na semana passada e deixou o clima um pouco tenso para o confronto pela Copa do Brasil.

- A psicóloga fará um trabalho para a Série C de 2009, para que não aconteça outra vez de chegarmos pertinho e ficarmos sem nosso objetivo. Mas a contratação dela também tem algo a ver com o Santos - disse o presidente Natal Xavier.

Leia mais no Globoesporte.com

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Nilberto pode deixar Agricultura



A equipe de governo do prefeito Bira Vasconcelos pode sofrer a primeira baixa já no final deste mês de fevereiro. Fontes informam que o secretário de agricultura, José Nilberto Menezes, pretende deixar o cargo e que já teria comunicado a decisão ao prefeito.

As possíveis razões para Nilberto Menezes largar a pasta não foram comentadas, mas tudo indica que o cargo de secretário no município não está sendo vantajoso do ponto de vista salarial para ele, que é funcionário da Seaprof, onde exercia o cargo de gerente do escritório de Xapuri até o final do ano passado.

O que ocorre é que os funcionários do Estado convidados por Bira Vasconcelos para compor a equipe de governo têm de optar entre a remuneração da fonte original e a do cargo assumido no município. Como o salário dos secretários municipais não ultrapassa os R$ 1.200,00 na atualidade, valor inferior aos rendimentos da maioria dos servidores estaduais de nível superior, cria-se um impasse natural.

O dilema é: assumir uma responsabilidade maior, como titular de uma pasta de um município recebido numa situação que exige esforço redobrado para ser reestruturado, optando pelo maior salário, ou permanecer numa situação certamente mais tranquila do cargo estadual recebendo esse mesmo salário?

Antes de assumir o cargo, em dezembro passado, o prefeito já manifestava preocupação com essa questão. Em conversa com este blogueiro, em seu escritório de transição, afirmou: "Com os atuais salários dos secretários e diretores não vou conseguir atrair qualidade para minha equipe". A solução era enviar mensagem à Câmara, ao final do recesso, solicitando a readequação dos vencimentos dos cargos de confiança do município, o que deve ocorrer em breve.

com relação aos subsídios do prefeito, vice-prefeito e vereadores, o problema da suposta defasagem dos valores foi resolvido por antecipação. Em outubro passado, uma resolução da Câmara reajustou os vencimentos do prefeito - de R$ 4.000,00 para R$ 8.000,00 - e dos vereadores - de R$ 1.800 para R$ 3.000,00. O vice-prefeito passou a receber salário de R$ 4.000,00. No caso dos vereadores, a Resolução Legislativa de nº 10/2008 não garante que os valores reajustados sejam recebidos na sua totalidade de forma imediata.

“Tudo depende do orçamento. Em 2004, por exemplo, tivemos nossos vencimentos aumentados para R$ 1.800,00, mas somente em meados de 2008 é que chegamos a receber esse valor”, explica o vereador João Ribeiro de Freitas, do PT.

Na parte debaixo da estrutura administrativa municipal está a parcela maior dos preocupados com o assunto "defasagem" ou "achatamento" de salários. Os servidores municipais estão sem reajustes nos seus ganhos há quase quatro anos. Como não possuem a prerrogativa do secretário Nilberto de poder optar por outra condição, ficaram obrigados a suportar o descaso.

Fantasia


Ivan Cabral

Elenira no Rio



A presidente do Instituto Chico Mendes e secretária municipal de Meio Ambiente de Xapuri, Elenira Mendes, encerrou no último domingo, dia 15, a exposição "20 anos sem Chico Mendes", que esteve aberta ao público do Rio de Janeiro durante uma semana.

O evento foi destacado pela grande imprensa e visitado por algumas figuras ilustres. A foto acima, em que Elenira aparece ao lado da atriz Rosamaria Murtinho e do fotógrafo Olavo Rufino está no portal do apresentador Amaury Jr.

Fim da folga

Termina hoje o recesso da Câmara Municipal de Xapuri

Com uma considerável renovação no quadro de vereadores, o parlamento municipal retoma suas atividades a partir desta terça-feira. São cinco os novos vereadores, a maioria marinheiros de primeira viagem, mas que representam boas esperanças de um avivamento nas cores desbotadas que a instituição carrega na atualidade.

Das cinco novas caras, dois - Selmo Dantas (PT) e Ney Eurico (PSB) - já exerceram o cargo na condição de suplentes na legislatura passada. Os demais - Zeca da Emater (PMDB), Gessy Capelão(PSB) e Maria Luceni (PV)ocuparão a tribuna pela primeira vez com o desafio de tirar da sonolência a chamada "Casa do Povo", que há muito tempo não corresponde ao adjetivo.

O que a população espera é que a Câmara deixe de ser o latifúndio improdutivo que tem se mostrado nos últimos anos e assuma o status de instituição representativa do povo e dos seus interesses. Quem sabe se o compromisso com a moralização e com o trabalho sério e produtivo começasse pelos parlamentos-mirins a onda não atingisse um dia o parlamento maior do país?

O eleitor já deixou claro nas últimas eleições o seu grau de satisfação com a atuação da Câmara. Tirou de lá cinco cabeças - algumas com insuficiência de massa cinzenta - e ainda deixou outras quatro, talvez porque nem sempre a vontade popular é fator determinante para o resultado de uma eleição.

Com o fim da merecida folga, ficamos a esperar, então, boas novidades vindas daquela Casa. Que as negociatas espúrias que deram vida à figura do chamado "vereador marreteiro" passem a ser coisas do passado e que a Câmara se preste a ofícios mais nobres do que apenas abonar os interesses do Executivo.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Emylson Farias: "Policial é um gestor público"

Foto: Sérgio Vale/Secom


Não faz muito tempo, o diretor-geral da Polícia Civil do Acre, Emylson Farias, era apenas um garoto franzino que em Xapuri era conhecido pela alcunha de "Bengala", apelido que fazia referência ao seu porte físico e - que eu saiba - nunca o incomodou e espero que continue assim.

Hoje, depois de se tornar delegado e ocupar um cargo com status de secretário na administração estadual, Emylson demonstra que não mudou absolutamente nada na sua maneira simples de ser ao reencontrar os velhos conhecidos, diferentemente de outros conterrâneos nossos, depois de subir alguns degraus da escada social.

Em entrevista concedida à Agência de Notícias do Acre, Emylson Farias fala ao repórter Edmilson Ferreira sobre a política de descentralização e qualificação profissional que, segundo ele, estabelece um novo paradigma na segurança pública do Estado.

“O policial é, em seu tempo, um agente transformador que deve ter sempre em mente princípios como o respeito aos direitos humanos, promoção da cidadania e a dignidade da pessoa humana. Deve ter sempre em mente o uso proporcional da força, eficiência nas ações de prevenção e repressão, o atendimento imediato ao cidadão”.

Com certeza, infelizmente, esse modelo de policial defendido pelo delegado ainda não é regra no Acre nem no Brasil, mas veja a seguir o que diz Emylson Farias sobre o novo momento da segurança pública no Acre.

Como tem sido a apuração das denúncias envolvendo policiais?

Emylson: Tem sido feitas com o máximo rigor. O delegado corregedor da Polícia Civil, Dr. André, tem ouvido todas as testemunhas, tem colhido todos os depoimentos, meios de prova para que a gente, ao final, aplique a pena de acordo como a lei determina. A direção geral da Polícia Civil tem acompanhado de perto as investigações.

O próprio Ministério Público, através da Coordenadoria de Controle Externo da Atividade Policial em alguns casos tem acompanhado de perto. No último caso, em que noticiou-se que um policial atirou em uma pessoa algemada, o Controle Externo da Atividade Policial, através do promotor Danilo Lovisaro, que é um homem sério e correto, tem acompanhado as investigações junto com a corregedoria e a direção acompanha tudo muito próximo.

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que busca sempre agir com justiça. Sou extremamente legalista e o que ocorre do ponto de vista ilegal ou qualquer transgressão ou indisciplina por parte de policial vou agir com todo o rigor, com todos os instrumentos que a lei nos proporciona.

Onde se insere o processo de transformação e os novos paradigmas do sistema de segurança pública do Acre?

Emylson: Através do Governo do Estado, a Polícia Civil conquistou no final de 2008 a condição de ser secretaria de Estado. Isso faz com que a Polícia Civil passe agora a tomar suas próprias decisões e a gerir suas próprias ações. A Polícia Civil está construindo um modelo que certamente serve de exemplo para o Brasil.

Nós não temos em nenhuma unidade da federação um modelo como esse da nossa Polícia Civil. O que mais se aproxima do nosso modelo é o do Distrito Federal. Chefes de polícia de várias unidades da federação estão me ligando perguntando como é que conseguimos construir esse desenho.

Nós construímos isso por uma aposta do governador Binho Marques, que está se antevendo ao seu tempo. Ele percebeu que só é possível uma instituição dar os caminhos certos no rumo da modernidade, especialmente se tratando de polícia, se ela conseguir administrar suas próprias ações. Isso vale dizer que a Polícia Civil, de agora em diante, pode perfeitamente trabalhar de maneira planejada. Pode perfeitamente alocar recursos na medida exata da necessidade de cada local, seja em polícia técnica, inteligência, para robustecer o inquérito do ponto de vista policial, numa prova de DNA, interceptação telefônica, enfim, todos os meios de prova técnica para que o Judiciário julgue com serenidade e efetive com clareza a justiça.

Na medida em que nós avançamos, produzindo um inquérito de qualidade, certamente a população, que é o nosso cliente, vai ter mais sensação de segurança. Como conseqüência do avanço da descentralização, irá melhorar o atendimento nas delegacias.

E o atendimento nas delegacias?

Emylson: Esta administração está muito comprometida em fazer com que as demandas que chegam às delegacias sejam atendidas e que o cidadão tenha essas demandas resolvidas. Nós devemos estar investindo, a partir da descentralização, em tecnologia da informação. Nós devemos implementar em poucos dias, como programa-piloto nas Delegacias da Mulher e da Segunda Regional, o sistema de identificação datiloscópica. A pessoa irá imprimir sua digital quando chegar à delegacia para ser ouvida. Nós vamos ter toda a ficha da pessoa.Isto é a polícia se preparando para um novo tempo.

A Polícia Civil precisa avançar com esses aspectos, de inteligência, informação, atendimento ao público. Para se ter uma idéia, com esse investimento em tecnologia da informação toda pessoa que procurar a delegacia vai poder saber como está sua demanda, onde se encontra o processo. A transparência é o princípio da administração pública e da publicidade. Quando alguém for registrar um furto, uma equipe já estará designada para atuar naquele caso, que vai para o sistema e permite que o usuário acompanhe o processo. Serve para dar transparência, mas também para que a Corregedoria verifique se estamos dando andamento, se estamos prestando o serviço que a população quer.

A partir da descentralização tivemos a criação do Conselho Superior de Polícia Civil. Em outros tempos, policiais acabavam sendo colocados para fora dos quadros, mas retornavam pela via judicial porque o processo administrativo-disciplinar era incompleto, sem o último grau de recurso. O conselho está funcionando, instalado com reuniões ordinárias às últimas quintas-feiras de cada mês. Todos os processos que estavam parados na corregedoria estão em andamento. A punição ou absolvição será aplicada, mas o importante é que a corregedoria tenha mecanismo para que consiga cada vez mais se aprimorar neste novo momento da Polícia Civil.

Como está a preparação e qualificação do policial para este novo momento?

Emylson: Nós devemos fazer o curso de aprimoramento continuado, sempre avaliando o perfil psicológico para o exercício da função, estaremos sempre atentos à capacidade técnica do profissional, que deve ter sempre em mente que ele é um agente transformador de seu tempo. O policial acima de tudo tem de ter compromisso social porque o foco é o cidadão.

A segurança do cidadão é uma questão que inclui direitos e garantias, e para isso não impõe limites para que isso seja alcançado. Então, é preciso que o policial seja dotado de uma postura que sirva de exemplo para os demais pois, como agente da lei, deve ser o policial o primeiro a cumpri-la. O policial deve primar sempre por comportar-se como um ente civilizado. Aquele policial que não tem suficiente preparo para ostentar credencial e arma que lhe são fornecidos pela sociedade não é digno de ser policial.

As pessoas que tiverem desvio de conduta, de comportamento, a corregedoria vai agir firme sempre aplicando a lei em sua medida exata.

Ainda quanto à formação, temos o compromisso de estarmos atentos ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp), seus princípios e diretrizes. O policial deve ter sempre em mente alguns princípios como o respeito aos direitos humanos, promoção da cidadania e a dignidade da pessoa humana. Deve ter sempre em mente o uso proporcional da força, eficiência nas ações de prevenção e repressão, o atendimento imediato ao cidadão. Deve ter sempre em mente que policial é um gestor público e como tal sua delegacia deve ter o controle de todo o seu sistema de funcionamento.

PAC



Fonte: diário "A CIDADE", de Ribeirão Preto.

Sem cachaça, nada de samba



Essa parece ser opinião formada de uma parcela dos foliões de Xapuri. Sem cachaça, nada de samba. A tentativa dos organizadores do Carnaval deste ano de realizar o primeiro "rancho carnavalesco" sem a tradicional caixa d'água abastecida do líquido que passarinho não bebe resultou em fracasso.

A banda tocou mas os bebuns não se animaram. A festa de abertura do Carnaval 2009 em Xapuri ficou então para a próxima sexta-feira com a escolha dos reis e rainhas (adulto e mirim) do carnaval. No que depender do prefeito Bira Vasconcelos, nada de cachaça patrocinada pela prefeitura. "Carnaval é mais alegria do que bebida", garante ele.

Sempre critiquei a distribuição de bebidas alcoólicas à população pelo poder público, mas acho que há exagero na posição do prefeito. Não existe carnaval que sobreviva só de alegria, e no Brasil a cultura do álcool está diretamente ligada à festa. A tradicional carroça com a batida de qualquer coisa, dentro de um limite seguro, anima a coisa e, fora a ressaca, não faz mal a ninguém.

Sobre a novidade anunciada da presença na programção do "Pinto da Madrugada" no carnaval desse ano, resta saber então em que horário o pinto entra. Outra atração ainda a ser confirmada é o bloco "Boto Cor-de-Rosa" liderado pelos jornalistas xapurienses Leônidas Badaró e Ilson Nascimento.

O blog vive

Fui perguntado por um leitor se o blog sairia do ar. A razão da pergunta deve ser a pequena quantidade de atualizações que a página tem recebido nos últimos dias e ainda assim com textos assinados por terceiros e quase nenhuma informação sobre Xapuri, que é a grande razão de ser e existir deste espaço. Não, caro leitor, o blog não sairá do ar. Continua mais vivo do que nunca e recebe, a partir de hoje, uma boa dose de energia nas veias.

Tenho tido problemas com minha internet doméstica e é de casa que me arrisco a editar essa página mal escrita que amealhou, nos últimos dois anos, alguns poucos acompanhantes fiéis e se tornou fonte de informação sobre Xapuri para os filhos da terra que vivem distantes e até mesmo para boa parte da imprensa acriana. Uma boa semana a todos e minhas desculpas pela ausência.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Carnaval com resgate da cultura local

Fernanda Gomes

O carnaval é um evento de tradição no calendário cultural de todo o país. A festa é considerada a maior manifestação popular do mundo. Em Xapuri, a prefeitura está montando uma verdadeira força tarefa para oferecer aos foliões da terra de Chico Mendes um carnaval que valorize os artistas locais e que resgate a cultura popular carnavalesca do município.

Outra novidade neste carnaval é o incentivo aos blocos locais para que levem à avenida temas ligados à história do carnaval em Xapuri e dos personagens do folclore e da cultura do Acre como o seringueiro, a mãe da mata e o caboclinho.

Para o Secretário Municipal de Cultura e Esportes, Julinho Figueiredo, o carnaval 2009 vai levantar a auto-estima dos xapurienses com o resgate da cultura local.

A programação vai ter início na quinta feira, 19, com o rancho "pinto da madrugada", que é uma versão do Galo da Madrugada que acontece no carnaval de Recife. Os foliões vão percorrer as principais ruas da cidade, acompanhados pela banda de música municipal, dona Júlia Gonçalves Passarinho, tocando as marchinhas carnavalescas.

Na sexta feira, 20, será realizada a escolha da rainha e rei momo que terá a participação de representantes de bairros e de blocos de Xapuri. Os vencedores do concurso serão premiados com 500 reais cada.

Durante as quatro noites de folia a Banda Rio, de Rio Branco, Stilos e Frutos da Terra, de Xapuri, vão animar os foliões até as 4 horas da madrugada. As bandas locais foram formadas com o incentivo da Fundação Municipal de Cultura, de forma que pudessem contemplar a maioria dos músicos do município.

Na semana que antecede o carnaval a organização do evento vai ornamentar a cidade com os personagens das lendas da Amazônia caracterizados de carnavalescos. Os artistas plásticos de Xapuri já estão preparando o figurino da mãe da mata vestida de colombina e o caboclinho será o pierrô.


Na noite deste sábado, serão escolhidos o Rei Momo e a Rainha do Carnaval 2009, na praça de eventos Caleb do Nascimento Mota.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Xapuri é destaque no Bom Dia Brasil

Título da reportagem veiculada no Jornal da Tv Globo anuncia: "É possível selar a paz entre o homem e a floresta"

Mariama Morena

O Jornal Bom Dia Brasil, transmitido pela TV Globo todas as manhãs, traz nesta semana a série especial "Esperança", que fala sobre as perspectivas de vida do homem brasileiro. Na segunda reportagem, exibida nesta quarta-feira, 11, a matéria de Neide Duarte e Wilson Araújo destaca: "Notícia boa: a vida está mudando na floresta. São 20 anos de transformação. Antes, havia morte e destruição. Agora, há esperança. Na terra de Chico Mendes, no Acre, há paz".

A reportagem faz referência à história do Estado, desde a guerra com a Bolívia, e também à Chico Mendes como "símbolo da luta pela conservação da floresta". Em Xapuri, os repórteres mostram a vida de personagens conhecidos, como Dona Vicência, que foi soldada da borracha e hoje tem o restaurante mais tradicional da cidade. O seringueiro que percorre até dez quilômetros por dia dentro da floresta também compõem o cenário da reportagem que faz um retrato da vida de muito trabalho, compensada pelo privilégio de se viver dentro da floresta.

A fábrica de preservativos de Xapuri, a Natex, é apresentada na reportagem como "uma iniciativa do governo federal e estadual, para incentivar a volta do seringueiro à floresta." A castanha e o óleo de copaíba são outros recursos florestais apontados como alternativa sustentável do homem da floresta.

Assista a reportagem completa no site da Globo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Elenira Mendes fala sobre exposição



A casa de Chico Mendes é reproduzida no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico. Elenira Mendes, filha do ambientalista e curadora da exposição, fala ao programa Bom Dia Rio, da afiliada da Rede Globo no Rio de Janeiro, sobre a importância dos objetos expostos.

Chico Mendes no Jardim Botânico

Do jornal O Globo

RIO - Conscientização ambiental com entretenimento é o que promete Elenira Mendes para marcar os 20 anos do assassinato da morte de seu pai, o líder seringueiro Chico Mendes. A partir desta terça-feira (10-02), o Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico, recebe uma série de eventos que destacam a trajetória do brasileiro que se tornou ícone do movimento ambientalista mundial. Curadora da mostra "Vinte anos sem Chico Mendes", Elenira conta que não foi à toa que o Rio foi a cidade escolhida para a estreia do projeto.

- Meu pai morreu no dia 22 de dezembro de 1988 em Xapuri (Acre). Um mês antes de sua morte, ele recebeu a chave da cidade do Rio. Ele também recebeu título de cidadão honorário, concedido pela Assembléia Legislativa. Por esses e outros motivos a mostra acontece na cidade. Mas a ideia é circular por outros estados, e até mesmo outros países - diz Elenira, que preside o Instituto Chico Mendes.

Além do acervo de fotos, projetadas em paineis, estão expostos na mostra os sete prêmios que Chico Mendes recebeu em vida, entre eles o Global 500, da Organização das Nações Unidas (ONU). Em outro espaço, são retratados ambientes da casa do seringueiro em Xapuri, com projeção de imagens e áudios sobre a causa ambiental.

- Antes de tudo que se fala hoje sobre mudanças ambientais e meio ambiente, Chico Mendes já anunciava todo o debate. A ideia do projeto é mostrar o grande líder que ele foi, relembrar aquela época, e sensibilizar as pessoas para a sua causa. Montamos toda uma estrutura dinâmica, além de palestras, filmes e espetáculos. É entretenimento e conscientização para todo o público.

Para as crianças, foi lançado nesta segunda (09-02) - abertura do evento para convidados - o livro "A história de Chiquinho", do cartunista Ziraldo. Durante todo o mês de fevereiro, será apresentado o espetáculo interativo "Empate", em que a diretora Christiane Jatahy apresenta um jogo teatral onde dois seringueiros tentam salvar a Floresta Amazônica de uma queimada.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Carnaval chegando


Internet segura

Por Luiz de França, Veja Online

Você colocaria na internet a mesma foto que exibiria numa praça ou avenida movimentada? Andaria pelas ruas revelando seus dados pessoais para todos que passassem pela sua frente? Se suas respostas foram sim para a primeira pergunta e não para a segunda questão, é um sinal de que você utiliza a internet com segurança. Essas são algumas das mensagens que o Dia Mundial da Internet Segura, a ser comemorado na terça-feira, pretende passar a todos os usuários da rede. Para marcar a data, diversas atividades serão realizadas em todo o país, incluindo workshops sobre os riscos da web para professores do ensino público e privado.

É a primeira vez que o Brasil participa nacionalmente do evento, que nasceu na Europa, por iniciativa da Comissão Europeia, em 2003. O principal objetivo é conscientizar os internautas sobre o uso seguro e responsável da rede. No ano passado, foram 56 países participantes. Neste ano, a expectativa é de 65 países envolvidos.
No Brasil, a organização ficou a cargo do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo e da ONG SaferNet Brasil. "É importante que as pessoas passem a ver a internet como um espaço público e que, portanto, elas não têm domínio sobre esse espaço", afirmou a procuradora da República Priscila Costa Schreiner em entrevista a VEJA.com.

O Ministério Público Federal mantém um grupo de combate aos crimes cibernéticos desde 2003. Ele trabalha com denúncias e investigações envolvendo crimes de ódio e contra crianças. Graças a um acordo assinado com o Google em julho de 2008, o MPF conseguiu quebrar o sigilo de cerca de mil álbuns de fotos do site de relacionamento Orkut sob suspeita de crimes de pedofilia e de ódio. "Estamos empenhados nesse dia mundial pois estamos convencidos que só o combate não vai conseguir acabar com esses crimes. Temos a convicção de que a prevenção com educação é o caminho para evitá-los", diz a procuradora.

Campanhas - De acordo com Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da SaferNet Brasil, um levantamento sobre segurança na internet com 875 jovens revelou que 37% dos pesquisados não conhecem nenhum programa ou campanha de prevenção para a internet. "Essa informação serviu para balizar nossas ações nesse dia mundial e reforçou a necessidade de mais campanhas educativas." A programação completa do evento pode ser acessada no site do dia mundial no país, construído para marcar o dia.

Na página, o internauta tem acesso a links com materiais de prevenção, inclusive cartilhas e campanhas públicas. A campanha também estará no YouTube, com diversos vídeos sobre o tema, além de materiais didáticos especialmente produzidos para educadores utilizarem em sala de aula. Há ainda informações e dicas para jovens e demais gerações sobre como usufruir dos benefícios da Internet com segurança. Denúncias de crimes praticados na internet podem ser feitas no site www.denunciar.org.br.