Aos 81 anos de idade, dos quais 54 são dedicados ao Acre, o senhor Antônio Assad Zaine, é uma das poucas pessoas que se ocupam em guardar a memória da cidade onde se iniciou a Revolução Acreana há 106 anos. O "prezado", como é conhecido na cidade, é colecionador de uma infinidade de peças antigas, da época dos combates entre brasileiros e bolivianos pela posse do Acre.
No prédio da antiga Casa Kalume, o aposentado de Corumbataí, no interior de São Paulo, reúne velhos rifles Winchester, conhecidos aqui como "Papo-amarelos", espadas, cápsulas de munição, artefatos indígenas, utensílios utilizados pelos seringueiros na extração do látex e muitos recortes de jornais que contam um pouco do cotidiano de Xapuri e do Acre ao longo dos anos.
O último achado de Antônio Zaine é um velho baú, encontrado por dois catraeiros no porto do bairro Sibéria, no rio Acre, há alguns meses. Dentro da velha caixa foram encontradas algumas peças que parecem ser baterias elétricas e várias cascas de balas que o "Prezado" garante serem da época de Revolução. Empolgado com a descoberta, ele tenta trazer a Xapuri alguma autoridade no assunto, que possa reconhecer o valor histórico do baú.
Leia também O museu do Prezado.
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